Porque estamos vivenciando a História, talvez não tenhamos a dimensão da mudança neste exato trecho da linha do tempo. Fato é que um furacão gira em nossa volta, na velocidade das informações e interconexões que aproximam pessoas e ganham o mundo. Hoje mundo é muito grande/ Porque Terra é pequena/ Do tamanho da antena Parabolicamará, já anunciava Gil. A transição para a pósmodernidade – que reaviva o fenômeno da organização social em redes, dinâmica e orgânica, em contraposição à rigidez da estrutura hierárquica e controlada – lança mão das tecnologias em rede para se colocar em prática. A tecnologia, por sua vez, catalisa e acelera esses processos. Meio e mensagem andam juntos. Andam não, correm.
Dinamizam lutas democráticas, depõem ditadores, expõem verdades, agregam movimentos em torno de causas, põem pilha nas transformações. É um movimento sem controle, de lideranças fluidas. Quanto mais se aperfeiçoam os canais dessa comunicação, mais transparência. E mais chegamos ao real sentido da palavra “publicar”.
Seguindo essa tendência, devemos ver efeitos mais concretos disso no campo eleitoral, político e governamental. No da iniciativa privada, já tem sido cada vez mais difícil operar dentro dos antigos padrões diante da transição para a pós-modernidade, como mostra reportagem à página 40. A imagem da empresa não é mais construída por ela e, sim, por uma opinião pública a cada dia mais empoderada, que confronta informações, cruza dados, constrói ela mesma um sentido.
Com isso, para ter o que comunicar, é preciso fazer. A comunicação molda as ações e o emissor torna-se parte do processo de mudança. Claro, pois faz parte de uma rede. Não está acima nem abaixo, mas dentro, imerso. Nós, que agora somos todos comunicadores, estamos apenas no início do aprendizado. Temos de saber usar novas ferramentas, linguagens e abordagens. Se há um grande desafio da sustentabilidade, este é o da comunicação. Boa leitura!