Uma habilidosa jogada a menos de dois meses da Rio+20, o maior banco privado do Brasil lançou no final de abril o Índice Itaú de Bem-Estar Social. O novo indicador é uma espécie de ampliação melhorada do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, com foco na realidade brasileira. Enquanto o IDH é calculado a partir de três variáveis – longevidade, educação e renda per capita –, o índice do Itaú agrega outros aspectos econômicos e sociais, tais como desemprego, segurança pública, saneamento e indicadores de igualdade social.
O índice foi calculado para o período de 1992 a 2010, mostrando que o bem-estar melhorou logo depois do lançamento do Plano Real em 1994, mas permaneceu estagnado entre 1997 e 2001 devido à crise no balanço de pagamentos. Voltou a melhorar a partir de 2002, registrando bom desempenho nos três subindicadores do índice – condições econômicas e humanas e igualdade social. A partir de 2008, há uma acomodação no ritmo de crescimento econômico, mas o bem-estar continua em expansão.
A lacuna mais séria do indicador do Itaú é a dimensão ambiental. Segundo explica o economista Caio Megale, coordenador do índice, a “saturação do ambiente físico” ficou de fora da análise por falta de dados. Para Megale, incorporar dados da problemática ambiental é um desafio para as próximas edições anuais do índice. O novo indicador foi elaborado pela equipe macroeconômica do Itaú ao longo de um ano e teve a colaboração de Samuel Pessoa, sócio da Tendências Consultoria Integrada e pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas.