Acompanhe, dia a dia, a evolução das discussões a respeito dos temas-chave da conferência, apresentados na edição 64. Os termômetros indicam o quanto avançam (ou não) os debates nas rodas formais e informais da Rio+20.
Governança
A transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em organismo autônomo continuou entre as reclamações dos que queriam uma declaração mais ambiciosa. A criação do fórum de alto nível para o desenvolvimento sustentável tem sido elogiada, mas a falta de definições orçamentárias foi apontada com um ponto frágil pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Financiamento Global
Amornou a temperatura em relação ao dia de ontem, que teve Dilma, François Hollande e Wen Jibao. A maioria dos chefes de estado fala da necessidade de criar um fundo de ajuda financeira aos países mais pobres e de desenvolver meios de implementação do desenvolvimento sustentável, mas a ministra do meio ambiente brasileiro, Izabella Teixeira, reclamou que muitas nações falam mais do que fazem. “Na hora de assumir compromissos a grande maioria adota uma postura conservadora.”.
Uso da terra
O dia foi marcado por manifestações em favor da segurança alimentar e contra o uso de agrotóxicos na agricultura e acabou em confusão no Pier Mauá. Cerca de 200 pessoas ligadas à Via Campesina, MST, movimentos sociais simpatizantes e pequenos agricultores de diferentes países, entraram como visitantes comuns e ocuparam o espaço AgroBrasil, montado pela a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para a Rio+20, com o apoio da Embrapa, Sebrae, Monsanto e a JBS. Houve conflito e a Polícia Militar foi acionada. Segundo a CNA, o grupo depredou o espaço, que permaneceu fechado pelo resto do dia. Já os representantes do grupo negaram a acusação de vandalismo e afirmam que o protesto foi pacífico.
Ferramentas econômicas
A ausência de instrumentos financeiros para viabilizar a implementação de medidas de transição rumo à sustentabilidade continua sendo o ponto mais sensível nos debates na Rio+20. Os presidentes do Equador, Rafael Correa, e da França, François Hollande, ganharam holofotes ao fazerem defesas que podem ser consideradas fortes do tema.
ODS
Apesar da proposta ainda ser vaga, de termos que esperar até 2015 por uma definição e de significarem pouco sem que sejam acompanhados dos recursos necessários para sua implementação, os ODS continuam vistos como um dos avanços (mesmo que tímidos) contidos na declaração oficial. Em meio a uma batelada de críticas ao documento final da Rio+20, o grupo formado por ex-chefes de estado e de governo The Elders considerou positivo lançamento de um processo para defini-los.