Em resposta à reportagem “Cidades de Papel?”, publicada na edição 66, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Transportes, enviou à Redação a seguinte mensagem:
São Paulo segue pioneira em projetos ambientais
A cidade de São Paulo é pioneira no País no planejamento e na execução de medidas de combate à poluição. Quase 90% das emissões de poluentes à atmosfera no município vêm de carros particulares, motocicletas, ônibus e caminhões. Em razão desse índice, a prefeitura reforçou ações para esse setor. Em 2009, criou a Lei de Mudanças Climáticas (14.933/09), que prevê a redução de 30% nas emissões dos gases de efeito estufa e a substituição integral do uso de combustíveis fósseis por renováveis na frota de transporte público. A mesma lei embasou o Plano de Controle de Poluição Veicular (PCPV), que, entre outras ações, objetiva restrições de trajetos, prioridade ao transporte coletivo, uso de novas tecnologias e Inspeção Veicular.
Como medida de impacto no ataque aos poluentes originados dos transportes, foi lançado em fevereiro de 2011 o programa Ecofrota, o maior do gênero no mundo, que possui 1.600 ônibus (de uma frota total de 15 mil) que utilizam tecnologias mais limpas de combustíveis. desses, 60 são movidos a etanol, 1.200 com diesel B20 (que tem 20% de biodiesel na sua composição) e 160 com o inédito diesel de cana-de-açúcar misturado ao diesel e ônibus híbridos em testes. Além de 190 trólebus, veículos elétricos com emissão zero de poluentes – desses, 92 já foram renovados. Essas medidas propiciaram a redução de 6,7% na emissão de CO2 e de 6,3% dos poluentes em geral na cidade, além da previsão de reduções de 9,2% e 9,5%, respectivamente, até o fi nal de 2012.
Há décadas sem apoio municipal, o Metrô começou a receber ajuda fi nanceira da prefeitura, com o aporte de R$ 1 bilhão. O sistema sobre pneus receberá até o fi m deste ano mais de 100 km de faixas exclusivas de ônibus. Está aberto processo de licitação para 68,5 km de corredores de ônibus, que inclui o Corredor Radial Leste, que terá terminais com pré-embarque e pontos de ultrapassagem. Essas medidas devem melhorar o já positivo resultado de 2011, quando foi registrado um aumento de 7,5% na velocidade média dos ônibus. A meta da prefeitura é ampliar o uso do transporte coletivo dos atuais 55% para 70% da população. Isso reduziria o número de veículos particulares em circulação e, consequentemente, a emissão de poluentes.
Em 2011, a Inspeção Veicular ambiental resultou, ao retirar veículos desregulados e mais poluentes das ruas, em 584 vidas salvas e em 1.515 internações a menos. A prefeitura lançou projeto-piloto com dois táxis elétricos em junho passado, e mais 116 táxis híbridos (movidos à eletricidade e combustão) deverão entrar em circulação neste ano.
Em outra frente, o Plano Cicloviário municipal prevê, além da expansão da malha viária para bicicletas, que conta hoje com 182,7 quilômetros, a adoção de medidas educativas no compartilhamento das vias e o reforço da fi scalização ao respeito ao ciclista. Inaugurado em maio, o Bike Sampa conta com 19 estações de compartilhamento de bicicletas e está em expansão. Hoje, mais de 100 mil pessoas frequentam as ciclofaixas de lazer, com 67 quilômetros de extensão.
São Paulo segue na dianteira da discussão do combate à poluição. E trazendo para o debate a cidade que se deseja para as próximas décadas, com deslocamentos menores no trajeto entre casa e trabalho e o incentivo às viagens feitas a pé.