Em 2014, a pequena cidade de Ortigueira, no Paraná, deverá abrigar uma das fábricas de celulose mais “verdes” do mundo – promete a Klabin. A empresa prevê o início das obras de sua nova planta até o fim deste ano, com capacidade inicial de fornecer 1,5 milhão de toneladas de celulose ao ano. Isso fará da fábrica a maior do mundo em produção do material a partir de dois tipos de árvores: pinus e eucalipto. Será também a única unidade do País capaz de atender o mercado interno e externo. O diferencial do empreendimento de R$ 6,6 bilhões, no entanto, será a sua autossuficiência energética e o trato com a comunidade do município de 23 mil habitantes.
Ao mesmo tempo que produz celulose, a fábrica faz a queima de cascas de árvores e o vapor produzido vira energia elétrica para as máquinas. A previsão é de que, dentro de cinco anos, essa planta esteja gerando 270 MW de energia elétrica. Como as máquinas necessitam de apenas 150 MW para funcionar, o restante será disponibilizado para a rede elétrica local. A empresa já tem outras fábricas que usam a biomassa como fonte de sua energia elétrica, mas nenhuma que gere mais do que demanda.
“A maior prova de sustentabilidade é a aprovação da população local”, diz Arthur Canhisares, diretor industrial da unidade de Monte Alegre da Klabin, ao se referir à audiência pública realizada com os habitantes, em julho, para a aprovação do projeto. Representantes da Klabin apresentaram o que será a nova unidade, esclareceram dúvidas e ouviram opiniões.
Além da criação de ao menos 1.200 empregos diretos, a Klabin pretende criar um Fundo de Participação do Município no qual depositará parte de seus lucros. Desse valor, metade ficará em Ortigueira e a outra metade será dividida entre os 11 municípios da região paranaense de Campos Gerais.
“É uma região pobre, com o pior IDH do estado e, por isso mesmo, a expectativa de desenvolver a economia local é alta”, diz José Totti, diretor florestal da Klabin.
(Thaís Herrero viajou ao paraná a convite da Klabin)