Livro da FAO aborda como ter uma dieta mais mais saudável para as pessoas e o planeta
Durante o século XX, muito se pesquisou sobre como melhorar a saúde do homem a partir da alimentação. Questionou-se, por exemplo, o consumo de carne e a emissão de gases de efeito estufa na produção e no transporte de alimentos. A relação direta entre a saúde humana e a dos ecossistemas, no entanto, nem sempre ficou clara. A fim de dar destaque ao tema, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) lançou há poucos meses o livro Dietas Sustentáveis e Biodiversidade (disponível em inglês).
Segundo a publicação, todos os países deveriam tomar medidas imediatas para promover hábitos de alimentação mais sustentáveis como forma de melhorar a saúde de seus cidadãos. Promover dietas sustentáveis é equilibrar saúde, bem-estar, preservação da biodiversidade, do meio ambiente e do clima, comércio justo, alimentos sazonais e locais, conhecimento e herança cultural, acessibilidade e segurança alimentar.
No atual sistema de produção e distribuição de alimentos, mais de 900 milhões de pessoas sofrem com a fome e cerca de 1,5 bilhão estão com sobrepeso ou obesas. Estima-se que 2 bilhões de pessoas carecem de micronutrientes como vitamina A, ferro e iodo. (Leia sobre novas formas de avaliar a responsabilidade da indústria alimentícia e de bebidas à pág. 38)
Para a FAO, a solução está em criar uma cultura alimentar que torne o conhecimento culinário mais popular e a dieta, mais variada. Denis Lairon, um dos autores do livro, aponta que nossa alimentação está muito simplificada. Somente as culturas de milho, trigo e arroz fornecem hoje 60% da energia que consumimos. Com a agricultura industrial e a facilidade de transportar alimentos, os carboidratos e as gorduras ficaram muito acessíveis no mundo todo. Agora, está na hora de também tornar mais acessível o restante dos alimentos que o planeta fornece.