Os subsídios às fontes de energia e combustível fósseis totalizaram US$ 523 bilhões em 2011, um aumento de 27%. Para as fontes renováveis, foram de US$ 88 bilhões
Soa irônico que o montante de subsídios aos combustíveis fósseis tenha aumentado 27% em 2011, enquanto abundam estudos que indicam a remoção desses incentivos como vital para promover as fontes renováveis e reduzir as emissões de gases-estufa. A edição de 2012 do mais influente relatório sobre energia, o World Energy Outlook (WEO), publicado em novembro de 2012 pela Agência Internacional de Energia (AIE), mostrou que os subsídios aos fósseis totalizaram US$ 523 bilhões em 2011. Segundo a agência, o aumento foi motivado pela alta nos preços do petróleo, do gás natural e do carvão mineral.
O apoio financeiro aos fósseis superou em seis vezes os subsídios às fontes renováveis, que somaram US$ 88 bilhões, 33% mais que em 2010. Nas projeções da AIE, o valor anual da ajuda deve crescer significativamente até 2035, quando atingiria US$ 240 bilhões, acumulando um total de US$ 4,8 trilhões. Ainda assim, seria insuficiente para evitar o agravamento das mudanças climáticas.
Na projeção mais provável da agência para 2035 – chamada de “Cenário das 200 Novas Políticas”, que supõe investimentos substanciais em renováveis e eficiência energética –, a AIE calcula que as emissões associadas à energia subam para 37 bilhões de toneladas – foram 31,2 bilhões em 2011.
Nesse patamar, haveria 50% de probabilidade de a temperatura do planeta subir 3,6 graus até 2100, ante os níveis pré-industriais, bem acima do máximo de 2 graus recomendado pelos cientistas. Mas é possível que suba acima dos 4 0 graus (37% de probabilidade). Consulte o relatório.