O guerrilheiro libertário da internet, morreu aos 26 anos. Provável suicídio. Seu espírito crítico e questionador, contudo, vive.
RSS, Reddit, Creative Commons, Watchdog, Open Library, Demand Progress. O que essas ferramentas têm em comum? Aaron Swartz, guerrilheiro libertário da internet, envolvido direta ou indiretamente com o desenvolvimento de todas elas.
Desde os 14 anos, esse jovem estadunidense falava com fluência sobre política, programação digital e direitos autorais. Aos 23, depois de ter desenvolvido uma série de ferramentas de livre acesso e compartilhamento na rede mundial, participou de duas causas importantes. Uma delas, com o professor Lawrence Lessig no Centro de Ética em Harvard, foi a reforma do sistema político americano, respaldada em mecanismos para gerar mais transparência na rede e diminuir a corrupção. A outra foi ampliar o acesso público a informações governamentais e científicas. Por isso, foi um dia até o MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e lá deixou seu computador baixando mais de 4 milhões de documentos do sistema fechado de arquivamento de jornais acadêmicos, o JSTOR.
Esse foi seu suposto “crime”. Aaron nunca publicou os jornais acadêmicos baixados na internet. O próprio JSTOR não o processou, dizendo que ninguém sofreu qualquer prejuízo. No entanto, a procuradora dos EUA Carmen Ortiz decidiu processar Swartz até as últimas consequências.
Pediu que ele fosse condenado a mais de 30 anos de prisão. Rejeitou todas as defesas. Jogou o peso persecutório do governo americano em cima de um garoto brilhante que se locomovia de bicicleta. Isso exauriu seus recursos financeiros e suas forças.
“Informação é poder”, escreveu, certa vez, em um manifesto. Swartz enxergou muito além do que seus contemporâneos e tentou mobilizar os usuários de internet para a construção de outro mundo. Infelizmente, não foi apoiado da forma como precisava.
Aos 26, ele está morto. Foi encontrado enforcado em seu apartamento de Nova York em janeiro último. Provável suicídio. Seu espírito crítico e questionador, contudo, vive.