A política é a esfera de construção do que não está pronto. Na bela definição citada por Oscar Vilhena Vieira em entrevista nesta edição, Página22 inspirou-se para investigar como o movimento da sustentabilidade vem, historicamente, construindo seu caminho institucional e político para influenciar de forma mais assertiva as decisões em prol da sociedade que aspira. Nessa jornada, a proposta de criação do partido Rede Sustentabilidade é um dos mais recentes capítulos.
O que falta construir é muita coisa: além de uma sociedade mais justa dentro de um modelo econômico ambientalmente sustentável, falta erguer no patamar as paredes sólidas da política em si, revitalizada por novas formas de governança, processos efetivamente democráticos e resgate da ética. Tudo isso em meio a um cenário de indignação popular e crise das instituições – de partidos à Igreja – que é mundial.
Ao longo de sua trajetória, a revista já mergulhou em temas como o movimento socioambiental, o real poder de escolha do cidadão, as limitações da democracia brasileira e as formas de fazer política para além dos ritos institucionais. Interessante resgatar essa passagem do tempo – não linear, mas complexa – e observar como os processos amadurecem em nossa jovem democracia. Mas que, de fato, como já se disse, não resistem às ideias cujo tempo chegou.
Boa leitura!