Um MAR de arte e educação
Inaugurado mês passado, o Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) trilha ideias instigantes para se pensar, ver e fruir a arte com uma proposta educacional do ramo das audaciosas. Nesta sinuca do progresso econômico impulsionado pelo aumento do consumo e poucas respostas ou estratégias para um crescimento humano da nossa sociedade, o museu é um equipamento urbano dissonante e muito bem-vindo.
A começar pelos dois edifícios – o mais antigo, tombado e de estilo eclético, abriga o pavilhão de exposições; seu vizinho, de estilo modernista, abriga a Escola do Olhar – que se entrelaçam na paisagem do porto, lugar de efervescência e abandono da cidade do Rio de Janeiro. Entre os dois uma ponte simboliza a união e o fluxo permanente entre arte e educação inscritos na esfera pública.
O curador Paulo Herkenhoff diz que a proposta é pensar a cidade a partir do Centro, mudar a direção da cultura que normalmente parte da elite da Zona Sul. “O MAR pensa a arte para a educação, seu vínculo profundo com a agenda das pessoas. Queremos ser absorvidos pelas pessoas como possibilidade. Não abandonamos as questões estéticas, mas estaremos felizes quando os professores disserem: esse museu é meu”, acrescenta.
O MAR tem cerca de 15 mil metros quadrados e oito grandes salas de exposições, além de área educativa, auditório, biblioteca, restaurante-mirante, café, loja, áreas administrativas e de reserva técnica.
Neste primeiro semestre, quatro mostras podem ser visitadas. Obedecendo ao fluxo proposto pelos arquitetos, o público entra pelo prédio da Escola do Olhar e a visita começa pelo terceiro andar, que é dedicado à cidade, desvendada a partir de diferentes enfoques. Rio de Imagens: Uma paisagem em construção abre a programação com mais de 400 peças que retratam a cidade pelo imaginário de seus habitantes, visitantes e admiradores, ao longo de mais de quatro séculos. Entre os artistas presentes na mostra estão nomes como Burle Marx, Di Cavalcanti, Goeldi, Iberê Camargo, Ismael Nery, Pancetti, Lasar Segall, Tarsila, Taunay e Eliseu Visconti.
No segundo pavimento é a vez de O Colecionador – Arte brasileira e internacional na coleção Boghici, com projeto cenográfico assinado por Daniela Thomas e Felipe Tassara, que deixaram as obras suspensas no ar. São 136 obras pertencentes ao marchand romeno radicado no Rio Jean Boghici. A coleção guarda obras de artistas nacionais e internacionais como Rugendas, Debret, Modigliani, Rodin, Kandinsky, Brecheret, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Lygia Clark.
Vontade Construtiva na Coleção Fadel ocupa o primeiro andar e conta com cerca de 250 obras da coleção do advogado carioca Sergio Fadel. Pretende ressaltar a relação direta que os movimentos modernos e pós-modernos no Brasil tiveram, e ainda têm, como alicerces sólidos para a edificação cultural do País. Reúne artistas como Hélio Oiticica, Lygia Clark, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Amilcar de Castro e Iberê Camargo.
As duas salas do térreo serão sempre dedicadas à arte contemporânea. Neste semestre, exibem a mostra O Abrigo e o Terreno – Arte e Sociedade no Brasil. O público vai encontrar trabalhos de artistas e coletivos do Rio e de outros estados brasileiros, concentrando sua atenção na ocupação do espaço público e na dinâmica da sociabilidade. Integram a mostra trabalhos de Hélio Oiticica (RJ), Lygia Pape (RJ), Antonio Dias (PB/RJ), Cildo Meireles (RJ), Opavivará! (RJ), entre outros.
Por meio da Escola do Olhar, o MAR vai lançar um programa educativo usando como base a concepção curatorial que norteia sua agenda de exposições. Esse programa tem como objetivo implementar ações educativas que tenham como premissa a arte em relação à cidade e à comunidade local. Moradores de comunidades no entorno cadastraram-se para ter passe-livre no museu e, dos 200 mil visitantes esperados por ano, estima-se que 100 mil sejam alunos da rede pública de ensino.
Serviço:
MAR – Museu de Arte do Rio
Das 10h às 17h.
Fechado às segundas-feiras. Gratuito às terças-feiras
Ingressos R$ 8 | R$ 4 (meia-entrada)
Endereço: Praça Mauá, 5 – Centro –
Rio de Janeiro[:en]Um MAR de arte e educação
Inaugurado mês passado, o Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) trilha ideias instigantes para se pensar, ver e fruir a arte com uma proposta educacional do ramo das audaciosas. Nesta sinuca do progresso econômico impulsionado pelo aumento do consumo e poucas respostas ou estratégias para um crescimento humano da nossa sociedade, o museu é um equipamento urbano dissonante e muito bem-vindo.
A começar pelos dois edifícios – o mais antigo, tombado e de estilo eclético, abriga o pavilhão de exposições; seu vizinho, de estilo modernista, abriga a Escola do Olhar – que se entrelaçam na paisagem do porto, lugar de efervescência e abandono da cidade do Rio de Janeiro. Entre os dois uma ponte simboliza a união e o fluxo permanente entre arte e educação inscritos na esfera pública.
O curador Paulo Herkenhoff diz que a proposta é pensar a cidade a partir do Centro, mudar a direção da cultura que normalmente parte da elite da Zona Sul. “O MAR pensa a arte para a educação, seu vínculo profundo com a agenda das pessoas. Queremos ser absorvidos pelas pessoas como possibilidade. Não abandonamos as questões estéticas, mas estaremos felizes quando os professores disserem: esse museu é meu”, acrescenta.
O MAR tem cerca de 15 mil metros quadrados e oito grandes salas de exposições, além de área educativa, auditório, biblioteca, restaurante-mirante, café, loja, áreas administrativas e de reserva técnica.
Neste primeiro semestre, quatro mostras podem ser visitadas. Obedecendo ao fluxo proposto pelos arquitetos, o público entra pelo prédio da Escola do Olhar e a visita começa pelo terceiro andar, que é dedicado à cidade, desvendada a partir de diferentes enfoques. Rio de Imagens: Uma paisagem em construção abre a programação com mais de 400 peças que retratam a cidade pelo imaginário de seus habitantes, visitantes e admiradores, ao longo de mais de quatro séculos. Entre os artistas presentes na mostra estão nomes como Burle Marx, Di Cavalcanti, Goeldi, Iberê Camargo, Ismael Nery, Pancetti, Lasar Segall, Tarsila, Taunay e Eliseu Visconti.
No segundo pavimento é a vez de O Colecionador – Arte brasileira e internacional na coleção Boghici, com projeto cenográfico assinado por Daniela Thomas e Felipe Tassara, que deixaram as obras suspensas no ar. São 136 obras pertencentes ao marchand romeno radicado no Rio Jean Boghici. A coleção guarda obras de artistas nacionais e internacionais como Rugendas, Debret, Modigliani, Rodin, Kandinsky, Brecheret, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Lygia Clark.
Vontade Construtiva na Coleção Fadel ocupa o primeiro andar e conta com cerca de 250 obras da coleção do advogado carioca Sergio Fadel. Pretende ressaltar a relação direta que os movimentos modernos e pós-modernos no Brasil tiveram, e ainda têm, como alicerces sólidos para a edificação cultural do País. Reúne artistas como Hélio Oiticica, Lygia Clark, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Amilcar de Castro e Iberê Camargo.
As duas salas do térreo serão sempre dedicadas à arte contemporânea. Neste semestre, exibem a mostra O Abrigo e o Terreno – Arte e Sociedade no Brasil. O público vai encontrar trabalhos de artistas e coletivos do Rio e de outros estados brasileiros, concentrando sua atenção na ocupação do espaço público e na dinâmica da sociabilidade. Integram a mostra trabalhos de Hélio Oiticica (RJ), Lygia Pape (RJ), Antonio Dias (PB/RJ), Cildo Meireles (RJ), Opavivará! (RJ), entre outros.
Por meio da Escola do Olhar, o MAR vai lançar um programa educativo usando como base a concepção curatorial que norteia sua agenda de exposições. Esse programa tem como objetivo implementar ações educativas que tenham como premissa a arte em relação à cidade e à comunidade local. Moradores de comunidades no entorno cadastraram-se para ter passe-livre no museu e, dos 200 mil visitantes esperados por ano, estima-se que 100 mil sejam alunos da rede pública de ensino.
Serviço:
MAR – Museu de Arte do Rio
Das 10h às 17h.
Fechado às segundas-feiras. Gratuito às terças-feiras
Ingressos R$ 8 | R$ 4 (meia-entrada)
Endereço: Praça Mauá, 5 – Centro –
Rio de Janeiro