A tentativa de restringir o comércio transfronteiriço do herbicida paraquat e do amianto crisotila foi abortada na 6ª Conferência das Partes da Convenção de Roterdã sobre Consentimento Prévio Informado (COP-6), realizada em Genebra de 28 de abril a 10 de maio. Apesar de não ter caráter proibitivo, o tratado obriga seus signatários a prestarem informações sobre produtos constantes de seu Anexo 3 – uma lista de 47 substâncias químicas severamente perigosas –, antes de serem exportados para outro país integrante da mesma convenção.
Para proteger seus fabricantes de herbicidas, Guatemala e Índia vetaram a inclusão do paraquat no Anexo 3. Mais de 40 países proíbem o uso de paraquat, que foi banido até mesmo na Suíça, onde se encontra a matriz da Syngenta, principal produtora de formulações que contêm a substância como princípio ativo, a exemplo do Gramoxone. Há relatos de milhares de envenenamentos pelo herbicida em diferentes partes do mundo e danos graves à saúde, tais como cegueira, queimaduras e problemas respiratórios. Um outro lobby, o das indústrias que utilizam amianto crisotila na fabricação de telhas e caixas-d’água, conseguiu influenciar alguns governos a não respaldarem sua inserção no Anexo 3.