O governo britânico finalmente cedeu à intensa pressão de ambientalistas e cientistas por uma política de enfrentamento da morte em massa das abelhas e outros insetos polinizadores. No fim de junho, o governo anunciou que lançará no primeiro semestre de 2014 a Estratégia Nacional sobre Polinizadores. A iniciativa tentará conter o desaparecimento das abelhas no Reino Unido.
É um passo notável da administração do primeiro-ministro David Cameron, que tem sido aliada de primeira hora do lobby da indústria de agrotóxicos contra a proibição do uso de inseticidas da classe dos neonicotinoides, associados por renomados cientistas ao colapso das colônias de abelhas em todo o mundo. Foi graças ao Reino Unido, à Alemanha e a países do Leste Europeu que a proposta de suspensão por dois anos do uso de três neonicotinoides sofreu várias derrotas antes de ser aprovada no fim de abril pela União Europeia.
Para formular a estratégia, o Ministério do Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra, na sigla em inglês) ordenou uma revisão ampla e urgente de evidências científicas e iniciativas acadêmicas e da sociedade civil para proteger abelhas e outros polinizadores, insetos imprescindíveis na manutenção de três quartos das plantações de produtos alimentícios no mundo. Tanto a revisão como a futura estratégia foram anunciadas por Lord Rupert de Mauley, do Defra, no dia 28 de junho no “British Bees Summit”, realizado em Londres pela Amigos da Terra, a mais influente organização ambientalista da Grã-Bretanha.
“Muito trabalho tem sido realizado no sentido de aprimorar nossa compreensão das pressões sobre os polinizadores e para enfrentá-las nos últimos anos. Mas penso que é honesto reconhecer que esse trabalho não tem sido tão integrado quanto poderia e sabemos que há lacunas nas evidências (científicas sobre as causas do desaparecimento das abelhas)”, relatou Lord de Mauley à conferência da Amigos da Terra.
“Há dois anos tenho defendido a elaboração pelo governo de um plano nacional de ação para estancar o declínio das abelhas no Brasil”, diz Osmar Malaspina, professor da Unesp de Rio Claro e um dos maiores especialistas do País no tema da vulnerabilidade de polinizadores aos agrotóxicos. Para ele, a iniciativa britânica é uma ótima ideia, uma vez que reunirá cientistas para identificar lacunas no conhecimento sobre o desaparecimento das abelhas e planejar medidas de proteção a esses insetos.
Leia mais sobre essa questão no Brasil.
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O governo britânico finalmente cedeu à intensa pressão de ambientalistas e cientistas por uma política de enfrentamento da morte em massa das abelhas e outros insetos polinizadores. No fim de junho, o governo anunciou que lançará no primeiro semestre de 2014 a Estratégia Nacional sobre Polinizadores. A iniciativa tentará conter o desaparecimento das abelhas no Reino Unido.
É um passo notável da administração do primeiro-ministro David Cameron, que tem sido aliada de primeira hora do lobby da indústria de agrotóxicos contra a proibição do uso de inseticidas da classe dos neonicotinoides, associados por renomados cientistas ao colapso das colônias de abelhas em todo o mundo. Foi graças ao Reino Unido, à Alemanha e a países do Leste Europeu que a proposta de suspensão por dois anos do uso de três neonicotinoides sofreu várias derrotas antes de ser aprovada no fim de abril pela União Europeia.
Para formular a estratégia, o Ministério do Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra, na sigla em inglês) ordenou uma revisão ampla e urgente de evidências científicas e iniciativas acadêmicas e da sociedade civil para proteger abelhas e outros polinizadores, insetos imprescindíveis na manutenção de três quartos das plantações de produtos alimentícios no mundo. Tanto a revisão como a futura estratégia foram anunciadas por Lord Rupert de Mauley, do Defra, no dia 28 de junho no “British Bees Summit”, realizado em Londres pela Amigos da Terra, a mais influente organização ambientalista da Grã-Bretanha.
“Muito trabalho tem sido realizado no sentido de aprimorar nossa compreensão das pressões sobre os polinizadores e para enfrentá-las nos últimos anos. Mas penso que é honesto reconhecer que esse trabalho não tem sido tão integrado quanto poderia e sabemos que há lacunas nas evidências (científicas sobre as causas do desaparecimento das abelhas)”, relatou Lord de Mauley à conferência da Amigos da Terra.
“Há dois anos tenho defendido a elaboração pelo governo de um plano nacional de ação para estancar o declínio das abelhas no Brasil”, diz Osmar Malaspina, professor da Unesp de Rio Claro e um dos maiores especialistas do País no tema da vulnerabilidade de polinizadores aos agrotóxicos. Para ele, a iniciativa britânica é uma ótima ideia, uma vez que reunirá cientistas para identificar lacunas no conhecimento sobre o desaparecimento das abelhas e planejar medidas de proteção a esses insetos.
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