Prata da casa
A hora e a vez do Brasil
Junho ficará marcado para a História como o mês em que os brasileiros voltaram em massa às ruas para se manifestar. O que começou com o preço das tarifas de transporte público – altas demais para uma população que não vê qualidade no serviço – virou um caldeirão de causas, das mais diversas. Mesmo depois de governantes baixarem os valores, o povo continuou a postos com cartazes em punho mostrando, sobretudo, a crise de representatividade política e das instituições estabelecidas.
Se é difícil prever o desenrolar dessa história, há sinais no passado recente que já indicavam o que cedo ou tarde encontraria seu ponto de fervura.
PÁGINA22 captou e capturou alguns desses movimentos em várias entrevistas e reportagens – a reforma política, o empoderamento do cidadão pelos canais digitais, o desencanto com os rumos da democracia, a cultura hacker de “ocupar pelas brechas”. Reunimos parte desse material para ser revisitado e analisado.
Em 2010, por exemplo, entrevistamos o cientista político Sérgio Abranches. Ele abordou a crise de representatividade dos partidos, que em 2013 viu suas bandeiras serem queimadas:
“Penso o contrário dos meus colegas cientistas políticos: eles acham que é preciso fortalecer os partidos, eu acho que tem que acabar com eles. Porque é uma velha tecnologia institucional para um tipo de política que não tem mais cabimento, a da representação estreita. Com a tecnologia de interação, com a riqueza de interatividade que tenho hoje com a circulação de informações, não preciso de partido para agregar meus interesses. Não preciso de um partido para dizer qual é o programa que devo seguir. Partido hoje é uma camisa de força, é fonte de corrupção e de cooptação”.
Leia aqui o texto que retoma análises de um povo que não estava dormindo, como muitos dizem. Estava, no máximo, cochilando.
Mundo afora
Fiscal da cidade
O celular e o Facebook transformam-se em ferramentas de melhora da cidade por meio do aplicativo Colab e as suas três utilidades básicas: O cidadão fiscaliza a cidade, denunciando problemas como calçadas irregulares, focos de dengue, entre outros. O segundo passo é ir além da reclamação. Há espaço para a proposição de projetos com potencial de mudar a dinâmica da cidade, do estado ou até do país. Depois de publicada a ideia, o fórum de discussões é formado para aprimoramento e viabilização. A última tarefa é avaliar a cidade em “qualidade geral”, “limpeza, equipamentos e acessibilidade”.
O aplicativo, criado por um grupo de brasileiros, funciona para o mundo todo e, em junho, ganhou o prêmio AppMyCity!, promovido pela New Cities Foundation. Está disponível gratuitamente para Android e iOS.
Banco Mundial
Os bancos de tempo são conhecidos por possibilitar que as pessoas troquem umas com as outras favores e tarefas que envolvam habilidades ou um tempo livre. Você cuida do cachorro do seu vizinho por uma noite e ele conserta seu computador na outra, por exemplo. O TimeRepublik.com é um dos sites que fazem a intermediação entre interessados nessas trocas.
A diferença é que ele integra diferentes países. Assim, mais do que trabalhos presenciais, é possível oferecer e receber trabalhos remotos, como a tradução de um texto.
Vale o Click
Imagens aos 30
Três décadas de mudanças na paisagem da Terra estão retratados no site world.time.com/timelapse. O material é fornecido de oito satélites que estão em órbita desde 1984 e já fizeram milhões de fotos. No site, criado em parceria entre a revista Time, a Nasa e o Serviço Geológico dos EUA, você vê, por exemplo, ilhas artificiais aparecendo no litoral de Dubai e a Floresta Amazônica minguando.
Rota engajada
Por três meses, Carolina Bernardes viajou por 7 estados e 11 cidades de São Paulo a Fortaleza em busca de projetos de cunho social que transformam e empoderam populações locais. O relato da viagem está no blog RotaBrasilSocial.com. Sem muito dinheiro envolvido, o projeto foi viabilizado com trocas e colaborações de amigos e gente que ela conhecia no trajeto. E, em breve, deverá seguir em nova jornada sobre permacultura.
Cartilha nacional
Tudo sobre educação e escolas no Brasil: é o que o site qedu.org.br pretende mostrar. Há dados sobre infraestrutura, número de alunos e funcionários de todas as escolas do País, públicas e particulares, além de estatísticas por estado e cidades. Os dados provêm do Censo Escolar e de avaliações, como a Prova Brasil 2011. Dá para comparar os resultados entre regiões e ver a evolução do ensino de alguns anos para cá. E muitos outros dados.
[:en]
Prata da casa
A hora e a vez do Brasil
Junho ficará marcado para a História como o mês em que os brasileiros voltaram em massa às ruas para se manifestar. O que começou com o preço das tarifas de transporte público – altas demais para uma população que não vê qualidade no serviço – virou um caldeirão de causas, das mais diversas. Mesmo depois de governantes baixarem os valores, o povo continuou a postos com cartazes em punho mostrando, sobretudo, a crise de representatividade política e das instituições estabelecidas.
Se é difícil prever o desenrolar dessa história, há sinais no passado recente que já indicavam o que cedo ou tarde encontraria seu ponto de fervura.
PÁGINA22 captou e capturou alguns desses movimentos em várias entrevistas e reportagens – a reforma política, o empoderamento do cidadão pelos canais digitais, o desencanto com os rumos da democracia, a cultura hacker de “ocupar pelas brechas”. Reunimos parte desse material para ser revisitado e analisado.
Em 2010, por exemplo, entrevistamos o cientista político Sérgio Abranches. Ele abordou a crise de representatividade dos partidos, que em 2013 viu suas bandeiras serem queimadas:
“Penso o contrário dos meus colegas cientistas políticos: eles acham que é preciso fortalecer os partidos, eu acho que tem que acabar com eles. Porque é uma velha tecnologia institucional para um tipo de política que não tem mais cabimento, a da representação estreita. Com a tecnologia de interação, com a riqueza de interatividade que tenho hoje com a circulação de informações, não preciso de partido para agregar meus interesses. Não preciso de um partido para dizer qual é o programa que devo seguir. Partido hoje é uma camisa de força, é fonte de corrupção e de cooptação”.
Leia aqui o texto que retoma análises de um povo que não estava dormindo, como muitos dizem. Estava, no máximo, cochilando.
Mundo afora
Fiscal da cidade
O celular e o Facebook transformam-se em ferramentas de melhora da cidade por meio do aplicativo Colab e as suas três utilidades básicas: O cidadão fiscaliza a cidade, denunciando problemas como calçadas irregulares, focos de dengue, entre outros. O segundo passo é ir além da reclamação. Há espaço para a proposição de projetos com potencial de mudar a dinâmica da cidade, do estado ou até do país. Depois de publicada a ideia, o fórum de discussões é formado para aprimoramento e viabilização. A última tarefa é avaliar a cidade em “qualidade geral”, “limpeza, equipamentos e acessibilidade”.
O aplicativo, criado por um grupo de brasileiros, funciona para o mundo todo e, em junho, ganhou o prêmio AppMyCity!, promovido pela New Cities Foundation. Está disponível gratuitamente para Android e iOS.
Banco Mundial
Os bancos de tempo são conhecidos por possibilitar que as pessoas troquem umas com as outras favores e tarefas que envolvam habilidades ou um tempo livre. Você cuida do cachorro do seu vizinho por uma noite e ele conserta seu computador na outra, por exemplo. O TimeRepublik.com é um dos sites que fazem a intermediação entre interessados nessas trocas.
A diferença é que ele integra diferentes países. Assim, mais do que trabalhos presenciais, é possível oferecer e receber trabalhos remotos, como a tradução de um texto.
Vale o Click
Imagens aos 30
Três décadas de mudanças na paisagem da Terra estão retratados no site world.time.com/timelapse. O material é fornecido de oito satélites que estão em órbita desde 1984 e já fizeram milhões de fotos. No site, criado em parceria entre a revista Time, a Nasa e o Serviço Geológico dos EUA, você vê, por exemplo, ilhas artificiais aparecendo no litoral de Dubai e a Floresta Amazônica minguando.
Rota engajada
Por três meses, Carolina Bernardes viajou por 7 estados e 11 cidades de São Paulo a Fortaleza em busca de projetos de cunho social que transformam e empoderam populações locais. O relato da viagem está no blog RotaBrasilSocial.com. Sem muito dinheiro envolvido, o projeto foi viabilizado com trocas e colaborações de amigos e gente que ela conhecia no trajeto. E, em breve, deverá seguir em nova jornada sobre permacultura.
Cartilha nacional
Tudo sobre educação e escolas no Brasil: é o que o site qedu.org.br pretende mostrar. Há dados sobre infraestrutura, número de alunos e funcionários de todas as escolas do País, públicas e particulares, além de estatísticas por estado e cidades. Os dados provêm do Censo Escolar e de avaliações, como a Prova Brasil 2011. Dá para comparar os resultados entre regiões e ver a evolução do ensino de alguns anos para cá. E muitos outros dados.