Carvão 2
Uma semana depois da publicação do relatório do Banco Mundial, foi a vez de o Banco Europeu de Investimento (EIB, na sigla em inglês) – a maior instituição financeira pública do mundo – anunciar que também restringirá empréstimos a plantas geradoras de energia baseadas em combustíveis fósseis.
Somente receberão crédito do EIB usinas que liberem menos de 550 gramas de CO2 por quilowatt-hora (kWh), que é o novo padrão de desempenho de emissões da Europa (EPS, na sigla em inglês). Na prática, o padrão exclui da carteira do EIB usinas a carvão, embora o apoio financeiro poderá ser concedido a plantas que utilizarem tecnologias avançadas de carvão se incluírem cogeração com biomassa e captura de calor (acesse aqui e aqui, onde pode ser consultado o documento do EIB que embasa as novas medidas).
Apesar de considerarem a nova política do EIB para aprovar empréstimos a projetos de energia melhor do que as regras atuais, organizações ambientalistas europeias criticam as exceções inseridas na proposta. Segundo a Counter Balance, uma coalizão de ONGs ambientalistas e de desenvolvimento sediada em Bruxelas, na Bélgica, preocupa que a versão rascunho do documento do EIB abra exceção à sua nova regra a uma planta que contribua para a segurança do fornecimento dentro da União Europeia ou quando ela contribui para o alívio da pobreza e o desenvolvimento.
“É importante que se clarifiquem essas exceções, porquanto elas podem abrir as portas para qualquer projeto sujo de carvão receber financiamento se seus proponentes conseguirem convencer de que o empréstimo é essencial para a segurança energética”, diz Kuba Gogolewski, responsável pela campanha de energia da Bankwatch, entidade da República Tcheca que integra a Counter Balance. Outra instituição multilateral que se prepara para também anunciar limitações ao financiamento de usinas a carvão é o Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (Berd; veja documento sobre a nova política de energia do banco aqui).