A refeição de cada um não é um assunto privado: a escolha do que pôr no prato influi na mudança do clima, na conservação das florestas, na biodiversidade, e no modo como as pessoas vivem ao redor do mundo. É o que advoga a Amigos da Terra Europa e a Heinrich Böll Foundation, que publicaram Meat Atlas: Facts and figures about the animals we eat. Segundo os autores, a atual maneira de produzir e consumir carne e laticínios exerce fortes impactos, desde a saúde individual – como obesidade, hipertensão e problemas cardiovasculares – até a planetária, com efeitos severos no ambiente. Sem falar nos sociais, devido à alta concentração econômica que promove, com pouca distribuição de renda, e éticos, com o tratamento muitas vezes cruel dos animais.
O resultado, indigesto, não parece inibir o apetite global: o abate de bichos apresenta números impressionantes, dispostos em infográficos ao longo do estudo, disponível aqui. O Brasil, país do churrasco, não poderia deixar de figurar entre os maiores consumidores de carne de boi e de frango.