Conheça as histórias pessoais de quem aprende política participando
DEMOCRACIA QUE SE APRENDE
Carlos Ehlers, 50 anos, Escola Municipal Friedenreich
A Copa do Mundo mexeu com a vida do professor Carlos Ehlers de um jeito diferente: por causa de obras no Maracanã, ele se viu obrigado a se mobilizar para que a escola em que suas duas filhas estudavam não fosse demolida. A ação deu certo, mas Ehlers não parou. Além de participar ativamente da gestão da escola (mesmo depois que suas filhas deixaram de estudar lá), o professor se aproximou de discussões políticas sobre educação pública, além ajudar em mobilizações de outras comunidades prejudicadas pelas obras da Copa.
“Nós vamos muito à Câmara, levamos propostas e exigimos que elas sejam debatidas. Eu acho que a democracia tem de sair do viés deliberativo para o participativo.” Ele atribui à internet a possibilidade de organizar ações de uma maneira mais dinâmica: “A tecnologia dá a condição de criação de alternativas e é o momento de a sociedade se apropriar desses mecanismos e usá-los de uma forma inteligente”.
A NECESSIDADE FAZ A LUTA
Lúcia Aparecida Paulista, 31 anos, MTST
Há dois anos, Lúcia Aparecida Paulista recebeu uma notícia amarga: foram dados
dez dias para a desocupação do terreno em que ela e mais 90 famílias moravam. Em um impulso, ela recolheu assinaturas dos moradores e foi buscar no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST ) apoio para negociar a reintegração de posse. A partir daí, passou a atuar no movimento e hoje coordena o acampamento Pinheirinho do ABC, na Região Metropolitana de São Paulo. Conforme participava das formações com outros companheiros, Lúcia mudou de opinião em relação aos próprios direitos: “Eu achava que, por ter invadido um espaço que não era meu, não tinha direito a nada. A partir do momento em que me envolvi com o movimento, entendi que tenho direito não só à moradia, mas também a transporte, saúde e educação”. Lúcia acredita que o convívio ensina muito sobre a atuação política e elogia a unidade do movimento. “Algumas pessoas que vieram ao ato (dia 22 de maio, em São Paulo) não moram em ocupação, mas estão aqui para apoiar a luta do MTST ”, diz.
A POLÍTICA É FEMININA
Giulia Tadini, 24 anos, coletivo Juntas!
Giulia não lembra ao certo quando começou a se interessar por feminismo, mas sabe que o que aprendeu sobre o tema não foi em sala de aula. “Sempre gostei do debate sobre gênero e aprendi muito na mobilização. Mas também sobre atuação política, porque o feminismo ajuda as mulheres a buscar participação na sociedade como um todo.” Ela participa desde 2011 do Juntas!, articulação de mulheres para a atuação política, um dos coletivos que estiveram na Marcha das Vadias em São Paulo no dia 24 de maio. Giulia concorda que a formação na temática de gênero estimula as contradições internas. “Eu acho que o feminismo em si é muito contra-hegemônico, então o tempo todo questionamos nossas práticas e formas de agir. Hoje eu tenho a influência da visão feminista no meu jeito de pensar em tudo.”[:en]Conheça as histórias pessoais de quem aprende política participando
DEMOCRACIA QUE SE APRENDE
Carlos Ehlers, 50 anos, Escola Municipal Friedenreich
A Copa do Mundo mexeu com a vida do professor Carlos Ehlers de um jeito diferente: por causa de obras no Maracanã, ele se viu obrigado a se mobilizar para que a escola em que suas duas filhas estudavam não fosse demolida. A ação deu certo, mas Ehlers não parou. Além de participar ativamente da gestão da escola (mesmo depois que suas filhas deixaram de estudar lá), o professor se aproximou de discussões políticas sobre educação pública, além ajudar em mobilizações de outras comunidades prejudicadas pelas obras da Copa.
“Nós vamos muito à Câmara, levamos propostas e exigimos que elas sejam debatidas. Eu acho que a democracia tem de sair do viés deliberativo para o participativo.” Ele atribui à internet a possibilidade de organizar ações de uma maneira mais dinâmica: “A tecnologia dá a condição de criação de alternativas e é o momento de a sociedade se apropriar desses mecanismos e usá-los de uma forma inteligente”.
A NECESSIDADE FAZ A LUTA
Lúcia Aparecida Paulista, 31 anos, MTST
Há dois anos, Lúcia Aparecida Paulista recebeu uma notícia amarga: foram dados
dez dias para a desocupação do terreno em que ela e mais 90 famílias moravam. Em um impulso, ela recolheu assinaturas dos moradores e foi buscar no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST ) apoio para negociar a reintegração de posse. A partir daí, passou a atuar no movimento e hoje coordena o acampamento Pinheirinho do ABC, na Região Metropolitana de São Paulo. Conforme participava das formações com outros companheiros, Lúcia mudou de opinião em relação aos próprios direitos: “Eu achava que, por ter invadido um espaço que não era meu, não tinha direito a nada. A partir do momento em que me envolvi com o movimento, entendi que tenho direito não só à moradia, mas também a transporte, saúde e educação”. Lúcia acredita que o convívio ensina muito sobre a atuação política e elogia a unidade do movimento. “Algumas pessoas que vieram ao ato (dia 22 de maio, em São Paulo) não moram em ocupação, mas estão aqui para apoiar a luta do MTST ”, diz.
A POLÍTICA É FEMININA
Giulia Tadini, 24 anos, coletivo Juntas!
Giulia não lembra ao certo quando começou a se interessar por feminismo, mas sabe que o que aprendeu sobre o tema não foi em sala de aula. “Sempre gostei do debate sobre gênero e aprendi muito na mobilização. Mas também sobre atuação política, porque o feminismo ajuda as mulheres a buscar participação na sociedade como um todo.” Ela participa desde 2011 do Juntas!, articulação de mulheres para a atuação política, um dos coletivos que estiveram na Marcha das Vadias em São Paulo no dia 24 de maio. Giulia concorda que a formação na temática de gênero estimula as contradições internas. “Eu acho que o feminismo em si é muito contra-hegemônico, então o tempo todo questionamos nossas práticas e formas de agir. Hoje eu tenho a influência da visão feminista no meu jeito de pensar em tudo.”