FOTOS BRUNO BERNARDI
Nos versos – Socorro/ Já não estou sentindo nada – Arnaldo Antunes alerta para uma crise da sociedade contemporânea; a saturação dos corpos e das mentes pela enxurrada de informações e valores já dados em detrimento da capacidade de experimentar e de se afetar. Foi procurando uma forma de escapar dessa força que o fotógrafo Bruno Bernardi começou a fazer um diário imagético, dispondo-se, como ferramenta, da câmera de seu aparelho celular. Tendo o “o que me toca” como critério para a seleção das cenas das fotos, as imagens passaram a compor uma cartografia afetiva do autor.
Dessa forma, o que parecia uma simples experimentação se transformou em instrumento para gerar novos valores e significados. As sensações ou afecções do lugar e/ou do momento de sua produção foram agregadas ao próprio produto e são atualizadas ao passo que tocam o olhar tanto do espectador, quanto do próprio criador. Ou seja, geram potência de afetar e ser afetado. Assim, fica a dica do fotógrafo: “Com as facilidades que a tecnologia nos trouxe, começar a utilizar a fotografia para tecer sua própria memória afetiva não requer nada muito além da vontade”.
[:en]FOTOS BRUNO BERNARDI
Nos versos – Socorro/ Já não estou sentindo nada – Arnaldo Antunes alerta para uma crise da sociedade contemporânea; a saturação dos corpos e das mentes pela enxurrada de informações e valores já dados em detrimento da capacidade de experimentar e de se afetar. Foi procurando uma forma de escapar dessa força que o fotógrafo Bruno Bernardi começou a fazer um diário imagético, dispondo-se, como ferramenta, da câmera de seu aparelho celular. Tendo o “o que me toca” como critério para a seleção das cenas das fotos, as imagens passaram a compor uma cartografia afetiva do autor.
Dessa forma, o que parecia uma simples experimentação se transformou em instrumento para gerar novos valores e significados. As sensações ou afecções do lugar e/ou do momento de sua produção foram agregadas ao próprio produto e são atualizadas ao passo que tocam o olhar tanto do espectador, quanto do próprio criador. Ou seja, geram potência de afetar e ser afetado. Assim, fica a dica do fotógrafo: “Com as facilidades que a tecnologia nos trouxe, começar a utilizar a fotografia para tecer sua própria memória afetiva não requer nada muito além da vontade”.