Por Bruno Toledo
Um novo estudo divulgado em 17 de setembro traz um panorama da geração de energia elétrica e a dependência de fontes renováveis em diversas cidades em todo o mundo. A pesquisa – realizada pelo CDP, organização especializada em relato de dados sobre clima, água e floresta junto a empresas e governo, e pela empresa de tecnologia AECOM – obteve resposta de 162 cidades, que revelaram dados sobre o uso de combustíveis fósseis comparado com fontes de energia limpa.
Os resultados apontam que as cidades latino-americanas e europeias são as menos dependentes de combustíveis fósseis para alimentar sua rede elétrica. As cidades da América Latina têm, em média, 76% de sua eletricidade gerada a partir de fontes mais limpas. Já na Europa, esse índice é de 59%. Já as cidades da Ásia-Pacífico são as que apresentam alta dependência de combustíveis fósseis: apenas 15% da energia elétrica produzida nessas cidades são geradas a partir de fontes mais limpas.
De acordo com o estudo, 35% das cidades que relataram sua matriz elétrica conseguem produzir ¾ de sua eletricidade a partir de fontes renováveis. Além disso, mais de 1/3 delas possui algum tipo de meta de energia renovável para os próximos anos. Cidades como Santa Monica (EUA), São Francisco (EUA) e Estocolmo (SUE) são exemplo disso, com metas estabelecidas para alcançar 100% de energia renovável.
O estudo reforça que as cidades estão se engajando crescentemente nesse esforço para “limpar” sua matriz elétrica, compreendendo cada vez mais as oportunidades econômicas associadas a esses esforços de descarbonização da sua energia. Um ator crucial para que esse processo se acelere é o setor privado: muitas cidades citam a necessidade de financiamento para ajudar a viabilizar essas medidas, e o setor privado pode contribuir diretamente para preencher essa lacuna.
A questão energética é crucial no engajamento efetivo das cidades na luta contra a mudança climática. A geração de energia é a maior atividade emissora de gases de efeito estufa (GEE) no setor energético, liberando na atmosfera 12,6 giga toneladas de CO2 equivalente (Citi GPS: Global Perspectives and Solutions, 2015) – o que representa dois anos de emissões de GEE de todos os automóveis do mundo. Nesse sentido, a transformação da matriz elétrica das cidades é uma frente importante para que estes atores assumam um papel protagonista no esforço para reduzir a concentração de GEE na atmosfera e, assim, reduzir a mudança climática decorrente disso.
Os resultados completos dessa pesquisa podem ser encontrados aqui.