Agora é oficial: 2015 foi o ano com a mais alta temperatura média do planeta Terra desde 1880, quando os registros científicos começaram a ser feitos. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (20/1) pela Agência Espacial dos EUA (NASA, sigla em inglês) e pelo escritório científico do país para oceanos e atmosfera (NOAA, sigla em inglês).
De acordo com o levantamento feito pelas agências norte-americanas, feito a partir de registros de temperatura em diferentes localidades da Terra, a temperatura média terrestre superou o recorde anterior, registrado em 2014, em 0,13 grau Celsius, a maior alta anual desde 1998. O ano de 2015 seguiu uma tendência preocupante: 15 dos 16 anos mais quentes já registrados desde 1880 ocorreram neste século.
A temperatura média do planeta subiu cerca de 1,0 grau Celsius desde o final do século XIX, quando começou a Revolução Industrial e as emissões de gases de efeito estufa começaram a disparar por causa das atividades industriais. Para efeito de comparação, o Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança do Clima (IPCC) aponta para a necessidade de conter o aquecimento global neste século em até 2 graus Celsius com relação aos níveis pré-industriais – no Acordo de Paris, esse limite se reduz para 1,5 grau Celsius. Isso significa que estamos numa trajetória perigosa de aquecimento, que pode resultar numa série de alterações imprevisíveis e irreversíveis no clima da Terra.
“As mudanças climáticas são o desafio da nossa geração”, aponta Charles Bolden, diretor da NASA. “Os dados apresentados reforçam a necessidade de agir contra essas mudanças o quanto antes”.
De acordo com o relatório divulgado hoje, um fator que pode ter contribuído para os registros recordistas de 2015 foi o fenômeno climático “El Niño”, no qual a superfície da água do Oceano Pacífico se aquece, desencadeando uma série de mudanças no clima em diversas partes do globo. “As temperaturas do ano passado sofreram influência do El Niño, mas elas também são resultado de um efeito cumulativo de uma tendência de longo prazo que resultou nesse aquecimento recorde que vimos em 2015”, argumentou Gavin Schmitt, diretor do Goddard Institute for Space Studies (GISS) da NASA.