Se apenas duplicarmos os investimentos atuais em fontes renováveis de energia em todo o mundo, o potencial de economia de recursos é tamanho que podemos evitar custos com efeitos da poluição atmosférica na casa dos trilhões de dólares – mais especificamente, US$ 4,2 trilhões por ano até 2030.
Esta é a conclusão o relatório REmap: Roteiro para a Energia do Futuro Renovável, publicado hoje pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, sigla em inglês). De acordo com o documento, os gastos evitados são até 15 vezes superiores aos custos associados à duplicação dos investimentos em fontes renováveis de energia (de 18% para 36% no mix energético global).
“O que o estudo REmap mostra é que este não é só o caminho mais econômico, mas também o mais social e ambientalmente consciente”, afirma Adnan Z. Amin, diretor-geral da Irena. “Ele cria mais empregos e salva milhões de vidas ao reduzir os efeitos da poluição do ar sobre a saúde humana, além de nos colocar no caminho para limitar o aumento da temperatura global a dois graus Celsius, tal como acordado durante a Conferência do Clima de Paris”.
De acordo com o estudo, os planos nacionais existentes projetam apenas 21% de participação global das energias renováveis até 2030. Para duplicar essa quota, a taxa anual de implantação de energias renováveis precisa aumentar em seis vezes, o que exigiria um investimento anual médio de US$ 770 bilhões até 2030. Com isso, embora o custo do sistema global de energia possa aumentar em US$ 290 bilhões anuais nos próximos 14 anos, mas a economia gerada pelos gastos evitados com os efeitos da poluição atmosférica e das mudanças climáticas será até 15 vezes maior.
O estudo também aponta para o progresso apresentado em energia renovável nos últimos anos, em particular no setor elétrico, mas também indica que setores como transportes, construção civil e indústria ainda estão atrasados na adoção de mais fontes renováveis em seu mix energético. “A transição energética está bem encaminhado no setor de eletricidade, mas para alcançar metas climáticas e de desenvolvimento global, a próxima fase vai exigir mais foco em transportes, aquecimento e refrigeração”, explicou Dolf Gielen, diretor do Centro de Inovação e Tecnologia da Irena. “Se a duplicação for atingida, esses setores seriam responsáveis por cerca de metade da utilização de energias renováveis em 2030 e por isso devem redimensionar-se dramaticamente para alcançar essa meta.”
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