Documentário em podcast do projeto Economics for Transition lança uma série de questionamentos interessantes sobre a economia compartilhada. Um deles aponta que o compartilhamento acontece de fato em poucas iniciativas, como o Couchsurfing – plataforma pela qual uma pessoa oferece um lugar em sua casa para um viajante. Uma real economia compartilhada seria mais próxima de uma economia solidária: benefícios e riscos compartilhados. Seria o caso de cooperativas de trabalhadores, dos agrupamentos de pequenos produtores de energia renovável, das cooperativas que oferecem alojamento e de iniciativas de jardins e hortas comunitárias.
As referências mais conhecidas, entretanto, são plataformas de trabalhos freelance, como a TaskRabbit; locação de recursos físicos, como o Airbnb (voltado a imóveis para temporada); ou ambos, como o Uber (transporte de pessoas em carro particular). O maior atrativo das grandes plataformas está na possibilidade de realizar atividades remuneradas de modo independente e complementando o orçamento doméstico. Mas o documentário alerta para o risco de precariedade do mercado de trabalho e instabilidade para a vida dos prestadores de serviços, que passam a atuar sem benefícios ou regulação definida. De modo geral, muitas iniciativas que hoje são rotuladas como compartilhadas são baseadas em propriedade individual, riscos individuais e enormes benefícios para a empresa.
VOLTA AO MUNDO
Rede para pensar
Na medida em que ficamos mais e mais enredados nas teias digitais comunicativas, também se intensificam os debates a respeito. A P2 Foundation questiona as camadas de dados acumuladas pelo Waze. A Commons Transition aborda o papel da internet em mudanças políticas e justiça social. E a Universidade de Harvard lança um mapa para identificar onde vão parar nossos dados pessoais na rede. Do Brasil, é possível assistir no Vimeo uma conversa entre Massimo di Felice e Ronaldo Lemos sobre o tema. E na Folha de S.Paulo, uma reportagem sobre aplicativos que ajudam os iranianos a fugir da “polícia da moralidade”. De tudo um pouco para pensar o mundo em rede.
VALE O CLICK
Solar em diferentes tamanhos
Enquanto o The Guardian indica que a energia solar está mais viável e pode atrair os grandes investidores em energia fóssil ao redor do mundo, nos vilarejos do Quênia tomam forma projetos de energia solar pré-paga, como relata o Co-Exist, e na Índia seguem as experiências de micro-redes, como mostra a plataforma e360 da Universidade de Yale.
Ativismo com arte
Falar de denúncias e novas ideias demanda criatividade. Para tratar da questão indígena frente às hidrelétricas do Complexo Tapajós, o Greenpeace criou uma HQ. Para mobilizar contra a poluição na China, artistas fazem intervenções urbanas. E para sensibilizar sobre os refugiados, a banda Massive Attack incluiu uma exposição de fotos em sua nova turnê.
Adaptação amazônica
Entre secas e chuvas torrenciais cada vez mais frequentes, as populações locais da Amazônia têm sido forçadas a encontrar novos meios de sobreviver. Confira em reportagem do InfoAmazonia.