Manter o petróleo, carvão e gás no subsolo e acelerar a transição justa da economia internacional para 100% de energia renovável. Este é o objetivo do movimento Liberte-se dos combustíveis fósseis, promovido pela 350.org em diversos países no mês de maio, inclusive o Brasil.
A proposta desta mobilização é engajar as pessoas em torno de ações diretas que desestabilizem o poder da indústria fóssil, tendo como alvo projetos ligados aos combustíveis fósseis e apoiando soluções climáticas mais ambiciosas.
O momento atual não poderia ser mais propício para este tipo de mobilização: desde o início de 2016, a indústria do petróleo, carvão e gás natural enfrenta uma crise sem precedentes, com queda acentuada nos preços internacionais, pressionada também pelos compromissos assumidos por mais de 190 países no Acordo de Paris.
“Estamos participando junto com comunidades tradicionais de uma série de eventos em vários estados, com apoio de centenas de entidades e voluntários, para demonstrar que nós, cidadãs e cidadãos brasileiros, vamos lutar para que os combustíveis fósseis fiquem no subsolo”, afirma Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da 350.org Brasil e América Latina.
As ações previstas pelo movimento buscarão confrontar esta indústria, inclusive na forma de desobediência civil. “Cada um é peça fundamental neste processo, e será responsável por algo grandioso, que nenhuma outra organização já fez no mundo: mobilizar milhares de pessoas para dizer não aos fósseis em algum grande projeto”, destaca Nicole..
No Brasil, um dos parceiros na mobilização é a Coalizão Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade (COESUS). Para Juliano Bueno de Araújo, coordenador da COESUS, é importante que a sociedade se mobilize na luta contra a exploração das fontes fósseis de energia e em prol do uso crescente de fontes renováveis. “Queremos ser donos do nosso destino e chegou a hora de dizer que não vamos admitir que a indústria do hidrocarboneto continue a colocar a nossa vida em risco”.
“Seja com o aumento do nível dos mares ou com tempestades severas, as mudanças climáticas já são uma realidade, e a necessidade de agir é mais urgente do que nunca. As nossas ações devem refletir a grandeza e a urgência desta crise, para que os governos não possam mais ignorá-la”, defende o movimento.
As ações estão previstas para acontecer entre 02 e 15 de maio, em pelo menos quatro regiões do Brasil – Sul, Sudeste, Nordeste e Norte. Mais informações sobre a mobilização e as ações programadas no site https://liberte-se.org/