Processo seletivo conduzido pelo GVces incluiu visitas de campo, rodadas de negócio e consulta a experts
Com duas edições já lançadas, o Guia de Inovação para Sustentabilidade em MPE reúne 22 empresas que buscam inspirar empreendedores e outros interessados em inovação para se lançarem nos desafios da sustentabilidade. Para selecionar essas empresas, foi preciso seguir extenso processo seletivo, conduzido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-Eaesp (GVces).
Aberto em março deste ano, o processo de inscrições atraiu 83 candidatas, 48% a mais do que no ciclo inaugural, que contou com 56 inscritas, confirmando o interesse do público-alvo em iniciativas como o Guia e sua capacidade de diferenciação para os empreendedores no mercado.
As candidatas preencheram um formulário contendo breve apresentação e uma justificativa de por que deveriam ser parte deste Guia. Realizou-se uma primeira seleção das empresas com base nesse material, a partir dos debates de um grupo de pesquisadores do GVces, que estabeleceram os critérios de elegibilidade da iniciativa – tempo de operação da empresa, atuação no Brasil e porte –, além de aderência à proposta do projeto.
As selecionadas nesta fase foram convidadas a responder um questionário de avaliação – fruto de um trabalho conjunto de diversos pesquisadores do GVces que lidam com temas variados, como desempenho e transparência em sustentabilidade, inovação, desenvolvimento local e consumo sustentável, entre outros; e também de atores externos à escola que se voluntariaram para realizar uma construção coletiva dessa iniciativa.
O resultado final foi uma proposta de análise de micros e pequenas empresas baseada em três pilares: inovação para a sustentabilidade; potencial de replicação e escalabilidade; e gestão. O primeiro pilar tratou de aspectos inovadores presentes no modelo de negócio da empresa, seus produtos, serviços ou processos e a relação entre a sua inovação e os desafios da sustentabilidade – como a gestão da água, resíduos, produtos “verdes”, direitos humanos, diversidade, inclusão social etc.
O pilar potencial de replicação e escalabilidade observou os impactos positivos ou negativos que a organização pode proporcionar à sociedade e a estratégia para ganho de escala ou para disseminar e replicar inovações no mercado a curto e a longo prazo. Já o pilar de gestão usou como referencial as boas práticas que negócios de menor porte, como as micros ou pequenas empresas, devem adotar e analisou os indicadores financeiros da empresa.
Das 83 inscritas, apenas 53 foram convidadas a responder o questionário de avaliação e, destas, 23 selecionadas para receber uma visita de campo dos pesquisadores do GVces. A visita tem o objetivo de aprofundar as informações declaradas no questionário. Apresentou-se o material completo dessas visitas e do questionário ao Comitê Seletor, composto de um grupo de especialistas que apontou as empresas que mais se destacaram nos critérios de avaliação (saiba mais na página seguinte).
Entre as 23 pré-selecionadas, o comitê escolheu 11; coincidentemente o mesmo número de selecionadas no ano anterior, mas cabe ressaltar que não há uma quantidade predefinida de empresas para ingressar no Guia. As 11 selecionadas este ano se somaram às 11 empresas do ano passado que, de acordo com uma avaliação do GVces em relação ao status atual desses negócios, mantêm seus perfis de protagonistas no tema da inovação para a sustentabilidade (mais na página 60). Com isso, o Guia reúne hoje um portfólio com 22 empresas.
As selecionadas para a edição 2016 foram convidadas a passar por uma atividade de formação na FGV, em novembro. Nesse encontro, experienciaram duas rodadas de negócio [1] para aprimorar suas apresentações, visando o evento de lançamento do Guia, em dezembro. Além disso, tiveram a chance de conhecer algumas das empresas selecionadas para a edição 2015 e compreender melhor os pilares de avaliação e os diferenciais de sustentabilidade identificadas pelo Comitê Seletor em seus modelos de negócio.
[1] As rodadas de negócio simulam o encontro de empresas com interessados em contratar seus produtos e serviços e em estabelecer novas parcerias
Todo esse processo culminou na elaboração desta segunda edição, cujo objetivo é compartilhar com todos os interessados em inovação, negócios e sustentabilidade experiências que estão fazendo a diferença na transição para uma nova economia