Desde a divulgação da Avaliação Ecossistêmica do Milênio, em 2005, e principalmente do The Economics of Ecosystems and Biodiversity, em 2010, o conceito de serviços ecossistêmicos – benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas ou contribuições diretas ou indiretas dos ecossistemas para o bem-estar humano – ultrapassou as fronteiras da academia e tem ganhando outros setores da sociedade como um meio para uma gestão ambiental mais estratégica, ou também conhecido como gestão do capital natural – estoque limitado de ativos ambientais ou recursos providos pela natureza (renováveis e não renováveis) que se combinam produzindo um valioso fluxo de benefícios para a sociedade.
Naquele momento, destacava-se dentre os diversos desafios para a incorporação da biodiversidade e serviços ecossistêmicos na gestão empresarial, a necessidade do desenvolvimento de “programas internacionais que promovam a medição e avaliação dos serviços ecossistêmicos”. Tal provocação foi o pontapé para o surgimento difuso, disseminado e nem sempre coordenado de programas, incitavas e ferramentas para suprir esse gap.
Alguns anos depois do TEEB, as empresas frontrunners que começaram a olhar para o tema se depararam com uma diversidade de ferramentas que serviam para diferentes objetivos, mensuravam serviços ecossistêmicos específicos ou ainda eram adequadas à uma dada região; e não necessariamente sabiam como e qual delas usar.
Neste contexto, a Iniciativa Empresarial do GVces Tendências em Serviços Ecossistêmicos (TeSE) trabalha desde 2013 este tema com um grupo de empresas brasileiras, desenvolvendo diretrizes empresariais para a valoração de serviços ecossistêmicos (DEVESE), ferramentas de apoio à mensuração e valoração de 10 serviços ecossistêmicos e quase 30 casos empresariais de aplicação destes métodos.
A partir desta experiência, tivemos a oportunidade de apoiar o processo de construção, como conselho consultivo, do Natural Capital Protocol Toolkit, uma plataforma interativa que visa apoiar empresas a encontrar ferramentas de quantificação e valoração de capital natural. O kit de ferramentas, desenvolvida pelo WBCSD e a Coalizão do Capital Natural (Natural Capital Coalition), será colaborativo e inclusivo buscando sistematizar o maior número de trabalhos e experiências existentes. As DEVESE e sua ferramenta de cálculo já estão lá.
Neste mês de abril, o Natural Capital Protocol Toolkit está rodando como piloto e aberto à comentários até o próximo dia 27. Confira o Toolkit e colabore!