Promovida pelo projeto Bota na Mesa, a feira promoveu o contato direto entre consumidores e pequenos produtores rurais em plena FGV de São Paulo
Você sabe os caminhos que o alimento percorre até chegar a sua mesa? Ao comprar nossos alimentos nos mercados, muitas vezes não sabemos seu percurso – que começa nos produtores, passa por intermediários que transportam e fazem as negociações e desemboca nos supermercados até o consumidor final. É uma longa cadeia em que, muitas vezes, o elo mais fraco é exatamente seu ator mais importante: o pequeno agricultor. O trabalho dos agricultores, invisibilizado e dependentes de intermediários, não é remunerado de forma justa.
É pensando nisso que o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV EAESP (GVces), em parceria com a Citi e patrocinado pela Citi Foundation, desenvolve desde 2016 o projeto Bota na Mesa, com o objetivo de mobilizar a cadeia de alimentos em grandes centros urbanos, promovendo a articulação de uma rede que favoreça a inclusão de agricultores familiares, o comércio justo, a conservação ambiental e a segurança alimentar e nutricional.
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Para promover a aproximação de consumidores e agricultores, o Bota na Mesa realizou uma feira com as cooperativas e associações participantes no último dia 04 em plena FGV-SP. Ao som de música sertaneja, alunos, professores, funcionários e visitantes encontraram barraquinhas de madeira coloridas, repletas de frutas, legumes, verduras frescas, vindas direto do produtor rural.
Em cada barraquinha, os produtores mostravam e ofereciam seus produtos para os clientes ao estilo de uma feira de rua. A agricultora Valéria Macoratti estava entusiasmada com aquela oportunidade. “Quando eu vejo um público jovem assim interessado no que a gente faz, eu percebo que o mundo ainda tem jeito”.
Para a estudante Juliana Gordon, a aproximação com o consumidor devolve o protagonismo ao produtor de alimentos. “É bom conhecer quem planta, saber de onde vem o produto, saber que é feito com carinho. Você sabe para onde está indo seu dinheiro”, disse Juliana enquanto carregava pacotes cheios de produtos comprados nas barraquinhas.
A Feira também serviu como exercício de gestão financeira promovido pelos pesquisadores do projeto. “A gente sempre aprendeu a plantar, mas a gente nunca aprendeu a controlar. Lá na roça tem muita gente que só sabe plantar. Quando você faz o fluxo de caixa, você sabe quanto você está trabalhando, a que preço você pode vender e, principalmente, os gastos”, afirma o agricultor Ivo da Silva. Saber fazer a gestão financeira permite aos agricultores ter consciência mais ampla de seu trabalho e, ao consumidor, ter um produto de qualidade por um preço mais justo.
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