Um lugar malcuidado convida a mais pouco caso. Vira, aos poucos – ou, algumas vezes, bem rapidinho – depósito de lixo, entulho, e não raro, ponto de criminalidade.
Este é o relato mais frequente que os integrantes do Instituto Elos ouvem quando visitam bairros afastados dos centros das grandes e médias cidades brasileiras. Nascido do encontro de cinco jovens amigos arquitetos, a organização vê abundância onde muitos enxergam escassez.
“Nossa atuação está baseada nos sonhos, mais do que nas queixas, e realizá-los com cuidado, afeto e celebração. Acreditamos que podemos materializar o melhor dos mundos se isto for feito de forma livre e espontânea, desde já”, comenta Rodrigo Alonso, um dos fundadores.
Assim, criaram juntos algumas ferramentas de mobilização cidadã que alavancam a ação coletiva. Entre elas, o Jogo Oásis e a jornada dos Guerreiros Sem Armas. Ambos partem da diversão para despertar a vontade de sonhar um bairro melhor, ao mesmo tempo que convidam os diversos atores locais a se envolver: moradores, ONGs, governo, lideranças e empresas.
O resultado são mais de 20 pontos em periferias de todo o Brasil renovados e transformados de acordo com as escolhas de seus habitantes, desde 2000. Alguns que até mesmo enfrentavam problemas graves de enchentes ou disputa de gangues. Toda a metodologia desenvolvida nestes 16 anos de trabalho está disponível no site do Instituto Elos para quem quiser “realizar um Oásis” onde mora; com manual detalhado e suporte nas mídias sociais.