Perda por água potável no sistema de distribuição é de R$ 10 bilhões por ano, aponta estudo do Instituto Trata Brasil. Abaixo, informações do Pacto Global
A perda por água potável no sistema de distribuição chega a R$ 10 bilhões por ano. É o que aponta o novo estudo do Movimento Menos Perda, Mais Água, do Pacto Global, iniciativa da ONU, feito com o Instituto Trata Brasil e com a GO Associados, que será apresentado hoje em evento na Fiesp sobre a Semana do Meio Ambiente. O levantamento mostrou que o País desperdiçou 38% do recurso em 2016 (6,4 bilhões de m³), o que equivale a seis sistemas Cantareira cheios. No mesmo período, o setor de saneamento básico investiu R$ 11 bilhões. Entre os principais motivos apontados por pesquisadores para a perda d’água estão os vazamentos nas tubulações, erros de leitura de hidrômetros e clandestinidade.
O índice médio de perdas de faturamento no Brasil, de 38%, é 23 pontos percentuais a mais que a média nos países desenvolvidos (15%). Para se ter uma ideia, o percentual de perda financeira na Austrália é de 10,3% e nos Estados Unidos, 12,8%. Em relação às regiões brasileiras, os estados do Centro-Oeste (35,0%), Sudeste (34,7%) e Sul (36,3%) apresentam melhor desempenho do que a média nacional (38%) e os estados do Norte (47,3%) e Nordeste (46,3%) têm as maiores perdas.
No País todo, as perdas comerciais, que é o volume de água perdida não faturada por motivo de furto ou falta de medição, é de 2,314 bilhões de de m³, as perdas físicas — água faturada perdida nos vazamentos —, de 3,471 bilhões de m³, e as perdas de volume de serviços — com carros de bombeiro e caminhões-pipas, por exemplo —, de 593 milhões de m³.
No caso da água furtada ou não medida, a perda financeira é calculada multiplicando o volume de água não faturada pela tarifa média de água. No caso das perdas físicas, o valor é calculado multiplicando o volume de água perdida nos vazamentos pelo custo marginal da produção de água, considerando custos com produtos químicos, energia e serviços de terceiros. As empresas que prestam serviços de abastecimento de água não são obrigadas a reportar as perdas físicas e comerciais, o que impede análises mais precisas.