Estudo mostra que a década de 2020 – a de “entregas” dos compromissos assumidos em 2015 – está chegando com perspectivas pouco animadoras quanto ao alcance de uma economia global mais sustentável em 2030. Segundo empresários, houve um refluxo nessa agenda nos últimos três anos
[Foto: Jesse Ramirez/ Unsplash]
Uma coisa é o discurso; outra, bem diferente, é a prática. É o que se conclui do estudo realizado pela empresa de consultoria Accenture, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), The Decade to Deliver – A Call to Business Action, que ouviu a opinião de 1 mil CEOs de 21 setores em 99 países sobre as ações corporativas em andamento para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados em 2015 para serem implementados até 2030.
O estudo mostra que os CEOs reconhecem que a comunidade empresarial poderia e deveria dar uma contribuição muito maior para a sustentabilidade, até porque o compromisso com os ODS representar uma potencial vantagem competitiva para suas empresas. Entretanto, a década de 2020 – de “entregas” dos compromissos – está chegando com perspectivas pouco animadoras quanto ao alcance de uma economia global mais sustentável em 2030.
De acordo com a pesquisa, ao mesmo tempo em que 99% dos CEOs de empresas com mais de US$ 1 bilhão em receita anual creem que a sustentabilidade é importante para o futuro de seus negócios, apenas 21% deles acham que as empresas estão contribuindo de forma premente para alcançar os ODS.
Outro dado ilustrativo do estudo aponta que 71% dos CEOs veem potencial em suas empresas para contribuir de forma incisiva para alcançar os ODS, ao passo que 55% se dizem pressionados a operar sob extrema redução de custo, o que prejudica os investimentos em sustentabilidade.
Apenas 44% dos líderes entrevistados acreditam na concretização de um futuro de emissões zero nas suas empresas ao longo dos próximos 10 anos. Para a maioria deles, a redução de poluição nos oceanos é o objetivo mais difícil de ser alcançado.
O estudo revela ainda que em 2016, um ano após o lançamento dos ODS, a proatividade dos líderes empresariais em relação à sustentabilidade atingiu seu ápice, talvez por verem ali uma oportunidade de inovação para os negócios. Três anos depois, esse não é mais o caso. Os CEOs admitem que atualmente a trajetória dos negócios está aquém das ambições anteriores.
Mesmo com um certo otimismo – demonstrado por 71% dos entrevistados – em relação a uma eventual correção de rota para aumentar o impacto de suas ações em sustentabilidade, o prazo de uma década é curto haja vista a barreira das restrições econômicas e as incertezas geopolíticas, tecnológicas e socioeconômicas.
Os CEOs mais proativos na agenda da sustentabilidade indicam alguns caminhos para a ação em prol dos ODS, entre os quais, estimular a ambição e o impacto da agenda promovendo mudanças nas organizações por meio da disrupção nos modelos de negócios; inovar nas conexões com outros players do mercado com vistas à valorização de ações sustentáveis; e assumir o papel de agente de mudança na defesa da agenda de sustentabilidade.
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