Quinze anos atrás, sustentabilidade era um assunto pouco debatido na sociedade brasileira. A Página22 nasceu justamente com o intuito de contribuir para a disseminação do tema e, mais que isso, questionar a qualidade do desenvolvimento. Desenvolvimento para quem? Como? A que preço? De forma pioneira, uma dupla de jornalistas independentes, em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV, lançou uma revista mensal, na época impressa, para fazer essas perguntas aos mais diversos atores da sociedade – governos, empresários, organizações da sociedade civil, comunidade acadêmica, organismos multilaterais.
Nascia a Página22, com a proposta de formar um fórum de debates em busca de caminhos propositivos para a encruzilhada de proporção planetária em que a humanidade havia se metido. Página, uma referência à imprensa, ao jornalismo. E 22, uma alusão ao futuro, ao próximo século. Ou seja, como o jornalismo pode contribuir para conduzir à humanidade ao futuro, de uma forma segura. Nesse sentido, muitas ideias, informações, análises, questionamentos e diálogos foram feitos de lá pra cá. De certo modo, a Página22 reúne boa parte da história desse movimento no Brasil e de seus principais personagens.
Desde 2018, a Página22 segue de forma autônoma, tocada por um núcleo de jornalistas sêniores, empenhados em perseguir os mesmos ideais, combatendo a superficialidade, o greenwashing, a fragmentação da informação e a desinformação. A mensagem da sustentabilidade felizmente se expandiu, a grande mídia enfim abraçou a pauta, mas os desafios são tão imensos que os esforços devem continuar por parte de todo mundo.
Quanto mais gente envolvida, melhor! Especialmente neste momento em que o Brasil desperdiça como nunca os seus trunfos, e deixa não só de ser um protagonista do desenvolvimento sustentável, mas também de se fazer respeitar da arena mundial. Encontramos neste momento de pandemia um Brasil mais empobrecido, mais desigual, mais triste e refém de uma política deletéria nas várias acepções, econômica, social, ambiental e, sobretudo, na de governança. Diante disso, é difícil celebrar. Mas completar 15 anos e seguir adiante nesse quadro é uma mostra de resiliência e de esperança – e isso sim deve ser bastante comemorado.
Obrigada a todxs que fazem parte desta jornada!
20 de setembro de 2021