Ronaldo Fraga no Velho Chico
O estilista mineiro Ronaldo Fraga surpreendeu o mundo da moda quando na São Paulo Fashion Week de 2008 apresentou uma coleção de verão inspirada no Rio São Francisco. Por dois meses, ele viajou pelas margens do Velho Chico pesquisando para sua coleção. Dois anos depois ele abre uma exposição plástica e interativa que retrata a cultura popular presente ao longo do São Francisco e os insights que teve nesse contato com moradores, costumes, utensílios relacionados à vida nas beiradas do rio.
A exposição Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga traz dez ambientes com instalações de arte contemporânea – tem até uma pescaria de que o visitante pode participar. A montagem do percurso é pensada no que remete ao interior do vapor Benjamin Guimarães, construído em 1913, tombado como patrimônio, único desse modelo em funcionamento no mundo, e que está nas águas do Rio São Francisco. A proposta é descobrir imagens, lendas, religiosidade, cheiros e sabores, música, e se deixar levar pelos costumes das cidades ribeirinhas, entre outros símbolos e características. Após BH (Palácio das Artes), a exposição percorre, a partir de 2011, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Maceió, Aracaju, Juazeiro, Petrolina, Pirapora, Brasília. Ao final da itinerância será lançado um livro.
Festas populares em filmes
A fé e o folclore do povo brasileiro viraram filme. Um projeto do Ministério do Turismo, em parceria com a Associação Arte Vida, criou uma coleção de dez documentários sobre grandes festas culturais que viraram atrações turísticas no País. As seis primeiras produções já foram finalizadas.
Cada vídeo tem 24 minutos e documenta uma manifestação cultural brasileira: as celebrações de Corpus Christi (Rio de Janeiro e Espírito Santo), as festas juninas (Sergipe), a Procissão Fluvial de São Pedro (Manaus), a Festa do Divino Espírito Santo (Pirenópolis-GO), a Semana Farroupilha (Porto Alegre) e a Festa de Nossa Senhora da Boa Morte (Cachoeira-BA). O projeto “Tradições Brasil” quer incluir essas festas na indústria do turismo. As gravações continuam e até março a coleção estará completa, com 10 festas populares documentadas. Em breve haverá um site para venda dos DVDs. Por enquanto os interessados podem obter o material pelo telefone (61) 8160-661 (com Rani Ribeiro).
Como seria o mundo se os homens voassem?
Para Ivaldo Bertazzo todos nós somos Cidadãos Dançantes. Ele trabalha desde os anos 70 com educação corporal e transformação do gesto como manifestação das individualidades. O novo espetáculo do coreógrafo e educador corporal se chama Corpo Vivo – Carrossel das Espécies. A confrontação da espécie humana com a evolução de outros animais, como os pássaros, peixes e quadrúpedes, e questões como o envelhecimento do corpo e a libertação da mente percorrem o teatro-dança interativo de Bertazzo.
Imagine se o homem tivesse a capacidade de regeneração dos répteis, que abandonam toda a pele e desenvolvem outra no lugar? Se pudesse andar pelas paredes e tetos, desafiando a lei da gravidade, e mudar a cor da nossa pele de maneira camaleônica? E se continuasse a respirar debaixo d’água, mesmo depois de rompido o cordão umbilical? Como seria o mundo se os homens voassem? E se tivesse uma visão de coruja, o radar do tubarão, a velocidade de um lince e a força de um touro? No final das contas, Corpo Vivo traz para o palco uma das principais reflexões do homem: como gerir a sua longevidade. No blog do coreógrafo, você acompanha por onde o espetáculo vai passar. A temporada paulistana acaba de acabar.
Arqueologia da morte
O que o mar devolve é o interesse do fotógrafo Orlando de Azevedo há mais de duas décadas. Seus achados, objetos, emoções, revelações e fósseis em transformação são levados para o ateliê e fotografados com câmeras de grande formato e com chapas de filme rígido. Sua mostra mais recente é Marinhas – Arqueologia da morte, em cartaz no Museu Oscar Niemeyer (MON), de Curitiba, até 28 de novembro. Toda a curadoria é realizada pelo autor, que integra à sua obra poemas de sua preferência. Em seguida a mostra segue itinerante para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e, depois, para Portugal.