Por Carolina Derivi
Os pacientes sul-coreanos com HIV/ AIDS estão literalmente “ao deus dará”, já que a companhia farmacêutica Roche, fabricante que detém o monopólio do medicamento mais avançado do mundo, não dará mesmo. Desde outubro passado, a empresa suspendeu no país a venda do Fuzeon, um antirretroviral receitado a pacientes que não apresentam melhora com tratamentos convencionais.
O governo local alega que não pode pagar mais que US$ 18 mil por paciente ao ano – a droga deve ser injetada duas vezes ao dia – e a Roche não aceita menos que US$ 22 mil. “O preço oferecido ao governo (sul-coreano) está alinhado com o menor preço disponível aos países em desenvolvimento da região”, diz um comunicado da sede da empresa, na Suíça, “A produção de um único frasco do Fuzeon demanda 6 meses e 45 kg de matéria-prima para 1 kg do remédio .” O comunicado também argumenta que a Coreia do Sul não é considerada pelas Nações Unidas como país em desenvolvimento.
Ativistas da organização Korean Pharmacists For Democratic Society afirmam que o presidente da Roche Korea, Urs Flueckiger, teria dito durante uma reunião com o grupo: “Não estamos nesse mercado para salvar vidas, mas para ganhar dinheiro. Salvar vidas não nos interessa”.