Ecofrotas inova ao monitorar nove indicadores de sustentabilidade das frotas corporativas
O monitoramento de nove indicadores de desempenho econômico e socioambiental da
frota corporativa, iniciado em março, promoveu resultados rápidos e expressivos na gestão dos quase
2 mil veículos do Grupo Votorantim. Graças às valiosas informações fornecidas pelo monitoramento, a gestão de frotas das empresas do grupo agilizou ajustes nos veículos visando a economia de combustíveis e a diminuição nas emissões de CO2 e poluentes convencionais. A Engemix (unidade produtora de concreto), por exemplo, cortou em 5% o custo com combustíveis por quilômetro rodado, com economia anual projetada em R$ 1,2 milhão.
Outras três empresas – Brasil Foods, EcoRodovias e transportadora Tombini – também começaram a monitorar os nove indicadores do projeto Frota Sustentável ao longo do primeiro semestre. A repercussão positiva do projeto nessas quatro empresas serviu como cartão-postal para a Ecofrotas, mentora da proposta, ampliar para 20 companhias o número de clientes da iniciativa, lançada oficialmente na Rio+20, em junho. A Ecofrotas é uma empresa especializada na gestão sustentável de frotas corporativas.
Dois indicadores já vinham sendo utilizados pela Ecofrotas há algum tempo – custo dos combustíveis por quilômetro rodado e emissões de gases-estufa. Os outros sete foram elaborados especialmente para o projeto – política de frota, estado da tecnologia utilizada, manutenção, emissão de poluentes convencionais, eficiência energética, segurança e condução consciente. “O projeto abriu a possibilidade de ampliarmos a gestão de nossas operações, incluindo também as variáveis ambiental e social, principalmente na segurança dos motoristas e de sua responsabilidade na sociedade”, observa David Canassa, gerente de sustentabilidade da Votorantim.
Segundo Amanda Kardosh, gerente de relacionamento em sustentabilidade da Ecofrotas, há muito tempo os clientes eram orientados a prevenir problemas contemplados pelos indicadores. “No entanto, parecia muito utópico o que falávamos. Percebemos que era necessário mensurar os temas na forma de indicadores para que os gestores se dessem conta de que estão presentes no seu dia a dia.”
Além do Frota Sustentável, a empresa lançou recentemente outro projeto inovador, destinado à geração de créditos de carbono para negociação nos mercados voluntários, ou seja, no qual os créditos não abatem emissões reguladas pelo Protocolo de Kyoto. Para a empresa ter seus créditos validados, o etanol precisa responder por 95% do volume de combustíveis utilizado em um ano – as emissões são neutralizadas pela captura de CO2 pela cana-de-açúcar. A metodologia do projeto foi desenvolvida em conjunto com a consultoria Way Carbon e aprovada em junho pelo programa internacional Verified Carbon Standard (VCS), que registra créditos para negociação no mercado voluntário de carbono.
A Biolab Farmacêutica foi uma das primeiras empresas a aderir ao projeto de carbono da Ecofrotas, em julho deste ano. A partir daí, conseguiu reduzir de 170 para 1 tonelada as emissões mensais de CO2 de seus mil veículos. “Antes do projeto, a gasolina representava 75% do nosso consumo de combustíveis”, conta Cristina Varela, diretora administrativo-financeira da Biolab. No Grupo Votorantim, a Engemix e a Fibria também estudam priorizar nos próximos meses o uso de etanol e ingressar no projeto.
Pretende seguir caminho similar ao da Ecofrotas uma de suas principais concorrentes, a Ticket. A empresa iniciou em 2009 um projeto que compensa as emissões dos clientes com o plantio de árvores pela Iniciativa Verde, Oscip que trabalha com neutralização de carbono. Mas planeja tornar sua atuação no tema mais robusta com o lançamento, até o fim deste ano, de um projeto de créditos de carbono gerados pelos clientes para venda no mercado voluntário, informa Mauro Lucio Barros, gerente de produtos do segmento Ticket Car.