O que se vê da janela do busão? Uma experiência exótica para quem sobe os quatro vidros e, sozinho, se agarra ao volante do carro, transformando-se no Pateta do desenho animado, a jornada de milhões de paulistanos revela ângulos particulares da cidade. O transporte público eficiente tiraria do cenário da megalópole carros particulares, o que pode ser equivalente a diminuir estresse, poluição e uma visão estreita da vida urbana. Por isso, é a plataforma central das campanhas políticas, que jogam com a necessidade e a dificuldade das pessoas em atravessar uma cidade desse tamanho. O fotógrafo Felipe Gombossy sacou uma câmera portátil em seu passeio-rotina pelos coletivos de São Paulo e, pela janela, fez os registros que compõem este ensaio, chamado por ele Do Busão. “Meu, ‘andar de ônibus’ é opcional e mais rápido para mim. Você conhece bons cantos da cidade, o ônibus para e você consegue observar as coisas do lado de fora. Busão é a linguagem de quem pega ônibus. Pode-se fazer uma espécie de turismo e há uma tranquilidade diferente na viagem”. Gombossy aderiu ao ônibus há um ano, quando começou os registros tirados de dentro do coletivo. “Existe uma cultura do paulistano de que o ‘esperto’ da história é quem tem carro, pensei em fazer minha parte e andar de ônibus.”
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