O entendimento de que as empresas pertencem à sociedade civil faz com que sejam vistas como parte dos problemas e das soluções do campo social. Com isso, há um crescente alinhamento dos interesses privados com as ações que trazem benefícios também da porta da empresa para fora.
Mas, junto com o louvável avanço do investimento do setor privado em temas de interesse público, surgem questões em torno da prática do chamado investimento social privado (ISP), que vão desde a governança até a eficácia desses projetos.
Uma das discussões que esta edição problematiza, por exemplo, refere-se a uma prática comum no Brasil, pela qual instituições privadas criam entidades jurídicas separadas – e com regime fiscal diferenciado – para desenvolver projetos correlatos à sua área de atuação. Na reportagem de capa, ouvimos diversas vozes para entender por que a empresa não incorpora o objeto das fundações e institutos em seu próprio negócio.
Divergências à parte, uma conclusão possível é a de que, na intersecção das esferas privada e pública, surgiram “50 tons de cinza”, como disse uma das fontes entrevistadas. Isso requer maior transparência, definição de atribuições e um acompanhamento rigoroso da aplicação dos recursos.
Ao mesmo tempo, o Terceiro Setor – com funding formado por fatias crescentes do setor privado – busca aumentar sua autonomia financeira, para dar corpo, com liberdade de ação, às demandas que emergem das bases da sociedade civil.
Boa leitura!
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