Organizações e movimentos sociais de várias partes do Brasil participam amanhã, 23, de um Ato Público que discutirá a necessidade urgente de construir e implementar uma política energética eficiente e limpa no Brasil. Além da apresentação de documentários sobre energia nuclear e hidrelétricas, serão realizados atos políticos, como o lançamento da Frente por uma Nova Política Energética no Brasil. O Ato acontecerá no Centro de Cultura de Brasília (CCB), às 19h30, e é aberto à participação de todos.
Constituída por entidades e redes contrárias à energia nuclear e às hidrelétricas e favoráveis à eficiência energética e às fontes limpas e renováveis de energia, a Frente apresentará, no primeiro momento do Ato, o seu Manifesto. O Secretário Geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Leonardo Ulrich, a representante da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), Julianna Malerba, e um representante do Movimento Gota D´Àgua (grupo de artistas que se articulam por justiça socioambiental) falarão sobre a importância da articulação desta Frente e da ampliação deste debate na sociedade brasileira.
Em seguida, será feita a estreia nacional do vídeo Damocracy, um documentário que, pela primeira vez, relaciona dois grandes desastres humanitários e ambientais em andamento, perpetrados por governos de dois países: no Brasil, a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, Pará, e na Turquia a hidrelétrica de Ilisu, no Rio Tigre. Dirigido pelo premiado documentarista canadense Todd Southgate, o filme tem narração da atriz Letícia Sabatella.
Na sequência, será feito o lançamento da Mobilização Nacional por um Brasil Livre do Nuclear, que contará com a exibição de vídeos antinucleares que trazem porque esta fonte de energia é suja, cara e, principalmente, perigosa.
“Este Ato Público anuncia para a sociedade brasileira a articulação de vários grupos sociais que lutam contra formas ultrapassadas de geração de energia elétrica e defendem fontes mais inteligentes, como sol, ventos, biomassa e o movimento natural das águas”, afirma Ivo Poletto, assessor nacional do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social. Segundo ele, é fundamental que se mude, além da fonte, o modo de produzir e consumir. “A geração de energia não pode ser feita de modo centralizado, por uma ou duas grandes empresas, e sendo transportada para distâncias muito longes. Dentre outras mudanças fundamentais na política energética, é preciso que a produção seja local e respeite a natureza e as comunidades. Estamos, finalmente, tomando consciência da grave situação em que se encontra a Terra e é preciso contribuir para o reequilíbrio vital do planeta”, finaliza Poletto.
Este Ato Público integra a programação do seminário Por Uma Nova Política Energética no Brasil, que acontece nos dias 23 e 24 de maio. Ele é organizado pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social em parceria com a Articulação Antinuclear Brasileira, os movimentos Xingu Vivo para Sempre e Aliança Tapajós Vivo e International Rivers, dentre outras organizações.
O Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social articula pastorais sociais da CNBB, movimentos sociais e entidades da sociedade civil com o objetivo de disseminar informações, gerar consciência crítica e mobilizações da cidadania visando contribuir no enfrentamento das causas estruturais do aquecimento global que provoca mudanças climáticas em todo o planeta Terra.