Assistimos diariamente movimentações inéditas acontecendo em nossa sociedade global. São mudanças vertiginosas que, a cada nova experiência, reconfiguram a maneira como nos percebemos enquanto agentes de ação no mundo. Talvez os ruídos gerados pelo descompasso entre sociedade e instituições sejam as contrações do parto de novos modelos de sociedade em gestação.
Essas novas dinâmicas sociais criam grandes desafios para pais, educadores, gestores públicos e empresários, pois estes precisam responder a um mundo desconhecido e em constante transformação. Contudo, ainda que inovadores, esses movimentos já apresentam características comuns, que apontam para valores e princípios marcantes neste início de século.
Os novos movimentos sociais não são marcados por sua natureza política, ou seja, não são movimentos com uma ideologia clara, nem com uma ética comum. São movimentos que acontecem em função de uma demanda específica, que conecta indivíduos e chama para a mobilização. Não seguem a lógica ocidental de disputa pelo poder, não concorrem por esse espaço, nem se propõem a gerar uma revolução e consequente construção de uma sociedade alternativa. Neles, o anonimato é um forte valor, bem como a não identificação com bandeiras. O anonimato não é apenas a ausência de um líder, mas também a falta de uma identidade única, o que dificulta rotulações. São movimentos livres, heterogêneos e mutáveis.
Um dos principais catalisadores desse processo são os novos meios de comunicação que conectam as pessoas e fortalecem as interações. Por isso, para nos ajudar a compreender o que é essa nova forma de ativismo, convidamos o professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, o Dr. Massimo Di Felice, para abrir o ano do Comitê da Cultura de Paz.
Massimo Di Felice, sociólogo pela Universidade La Sapienza de Roma e doutor em Ciências da Comunicação, é professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e do PPGCOM-USP. Coordena o Centro de Pesquisa Internacional ATOPOS (ECA/USP). Pós-doutor pela Universidade Paris V Sorbonne, professor visitante da Libera Università di Lingue e Comunicazione (IULM) de Milão. Autor de ensaios e artigos, coordenador da coleção Atopos (Editora Annablume) e autor de diversas obras, dentre elas Paisagens Pós-Urbanas – o fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar (2009), finalista do Prêmio Jabuti.
SERVIÇO
Data: 11 de março de 2014, terça-feira, às 19 horas
Local: Auditório do MASP – Museu de Arte de São Paulo
Endereço: Av. Paulista, 1578 – São Paulo/SP – Estação Trianon-Masp
Não é necessário fazer inscrição antecipada
Entrada franca
Realização: Comitê da Cultura de Paz e Instituto Palas Athenas