Nesta semana, a Mitsubishi anunciou desempenho recorde na conversão de energia solar em elétrica, tanto numa pesquisa com painéis do padrão convencional, quanto de um novo produto, as células ultra finas. Isso significa que esse tipo de matriz energética estaria se tornando cada vez mais viável, tendo ainda os recentes avanços e investimentos da China nessa área para reforçar a trajetória positiva.
A adoção dessa fonte alternativa de modo mais amplo seria um grande alento para o clima do planeta. Mas do Reino Unido vem a indicação de que a preocupação do consumidor na hora de optar pela fonte de energia que utiliza é ainda a grana. Pesquisa divulgada pela fabricante de tecnologia para economia energética Energenie revela que os britânicos pensam mesmo em preço e não carbono na hora de optar pela compra de eletro-eletrônicos, por exemplo.
No Brasil, temos um paralelo recente, em outro setor. Os chamados biocombustíveis, mais especificamente o etanol da cana, vêm amargando críticas pela alta nos preços devido ao intervalo da safra agrícola. Nem na mesa de bar, nem nos noticiários se ouve as pessoas discutirem se manterão o tanque cheio com álcool para reduzir emissões (com base no argumento de que o produto seja realmente menos intenso em carbono). A questão continua sendo o que pesa mais no bolso: o derivado do petróleo ou da cana.
Quem parece estar bem ciente disso é a Google, que também anunciou essa semana estar mais próxima de um sistema de espelhos para geração de energia elétrica a partir do sol que reduzirá pela metade o custo dessa fonte para o consumidor.
Ou seja, a corrida está a pleno vapor. Mas seria positivo se os cidadãos assimiliassem melhor a discussão sobre a viabilidade de seu padrão de consumo e não apenas esperar a solução pronta e barata aparecer na prateleira.
Ricardo Barretto