O Brasil de Copas atrás enfeitava ruas, carros e se entregava deliberadamente para a festa, manifestando a grande capacidade de celebração que nos é característica. Desta vez, em que o País é anfitrião, um descontentamento generalizado ganha espaço. Os gastos com o evento provocaram a expressão de demandas ditas difusas, mas todas envolvendo um anseio: acesso a direitos e oportunidades para uma vida de mais qualidade. A sensação é de que não há circo que aplaque essa irritação. Amadurecemos?
A insatisfação que tem levado aos mais variados protestos e reivindicações representa a política em seu estado mais puro, o da ocupação da ágora. Embora o Brasil pareça avançar nesse ponto e também seja reconhecido internacionalmente pelos mecanismos de democracia participativa, há uma questão anterior mal resolvida: a da formação política, um dos pilares da democracia.
A grande massa populacional, segundo pesquisa, mostra-se rudimentar em matéria de educação para a cidadania (mais em entrevista com Humberto Dantas).
Esse aprendizado pode e deve ser estimulado em canais formais como escolas, instituições e meios de comunicação, e não formais, como movimentos organizados.
“Por meio da educação política, as pessoas se capacitam para participar dos processos políticos e da sociedade de forma responsável. Ninguém nasce democrata, e a democracia sem democratas não tem condições de sobreviver a longo prazo”, sustenta a Fundação Konrad Adenauer (KAS, na sigla em alemão), que apoia institucionalmente esta edição de PÁGINA22. A KAS trabalha pela expansão e pelo fortalecimento da democracia liberal e dos princípios do Estado de Direito no mundo inteiro, promovendo cursos, workshops e publicações como esta.
Boa leitura!