EDITORIAL – As boas novas
Ao publicar Small Is Beautiful – Economics as if people mattered, o economista alemão Ernst F. Schumacher não podia prever que essa coletânea de conferências e artigos produzidos entre as décadas de 1960 e 1970 se mantivesse tão atual até os dias de hoje. Traduzido no Brasil como O Negócio é Ser Pequeno, o livro contesta a “idolatria ao gigantismo”, defende que se leve a tecnologia de volta à escala humana e que a economia não deve visar o lucro pelo lucro, mas sim atividades que estejam de acordo com os valores considerados importantes pelas pessoas e sejam condizentes com os recursos naturais disponíveis.
Schumacher argumentava que “precisamos aprender a pensar em termos de uma estrutura articulada que possa dar conta da multiplicidade de unidades de pequena escala”.
Essas ideias pressupõem uma grande carga de inovação. Para fazer frente a um sistema econômico que se agigantou, dilapidou o capital natural além da conta e não foi capaz de distribuir de forma mais equânime as riquezas geradas, as inovações são cada vez mais necessárias. Estas encontram terreno fértil especialmente nas iniciativas de micro e pequena escala, que por natureza operam de forma ágil e flexível, capazes de dar respostas dinâmicas para a realidade em que vivemos.
As micros e pequenas empresas, operando de forma articulada com companhias de maior porte, ajudam a oxigenar a cadeia de valor, semeando boas ideias, que podem então ser replicadas e ganhar escala. Ou fazer com que elas próprias se tornem futuramente empresas de grande porte. Este Guia, lançado pelo FGVces por meio da Revista PÁGINA22, tem o propósito de estimular essa nova economia vislumbrada lá atrás: que leve em conta as pessoas, respeite os limites do ambiente e faça sentido para todos.
Boa leitura!
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