Hoje, há grande preocupação em relação aos chamados contaminantes emergentes. Trata-se de uma miscelânea de substâncias produzidas pelo homem, como fármacos e hormônios, que têm efeitos incertos sobre o meio ambiente e saúde humana, e não são “detectados” pelos sistemas convencionais de tratamento esgoto – como mostra a reportagem “Afasta de mim”, da edição 103. Mas esses não são os únicos contaminantes emergentes que causam preocupação.
Em 2011, o pesquisador das Universidade da Califórnia, Mark Browne, descobriu evidências de que fibras desprendidas durante a lavagem de tecidos sintéticos eram uma fonte relevante de poluição dos oceanos por plásticos. Um projeto de pesquisa financiado pela União Europeia chamado Life+ Mermaids, após testes exaustivos, revelou que, a cada lavagem de um europeu médio, 20 milhões de microfibras vão parar na água. “Caranguejos e mexilhões ingerem esse plástico, que portanto acabam voltando para os nossos pratos”, alarma-se a fundadora da Plastic Soup Foundation, Maria Westerbos.
Ela teme que a situação tende a agravar-se. “Hoje dois bilhões de pessoa usam máquinas de lavar roupas, em mais alguns anos serão 5 bilhões. Então é fácil prever uma piora”. Entre as propostas que estão sendo exploradas para atacar o problema, está o desenvolvimento de filtros diretamente nas máquinas para que os poluentes nem sequer cheguem à rede de esgoto.