Todos os dias nós consumimos alimentos ofertados em diversos pontos de venda – supermercados, restaurantes, feiras. Mas já parou para pensar no caminho que fizeram para chegar a sua mesa?
Todo alimento tem sua história. Quem produziu? Como? Em quais condições de trabalho? Será que houve um manejo correto de agrotóxicos ou não foi utilizado agrotóxico algum?
Assim, surgiram as certificações socioambientais, que tentam trazer respostas para essas questões. Os selos buscam garantir boas práticas de produção, do aspecto social até o ambiental.
Por exemplo, atestando que não houve condições insalubres aos trabalhadores na produção. Ou que o cultivo do alimento respeita práticas que não degradam o meio ambiente.
Uma das certificações mais famosas é a de produtos orgânicos. Você já deve ter visto o selo em algum produto. Há duas formas de obter o selo. Por um processo de auditoria realizada por empresas ou ONGs. Ou por um SPG, Sistema Participativo de Garantia, que prevê a fiscalização mútua entre os agricultores.
Mas o acesso às certificações não é assim tão fácil, principalmente para os pequenos produtores. Fazer uma auditoria gera custos e mesmo um sistema inclusivo como o SPG pode gerar muita burocracia e papelada.
Nesse contexto, uma nova tecnologia aparece com potencial de solucionar alguns desses problemas: o blockchain. O blockchain foi criado como base do funcionamento da criptomoeda bitcoin. Nesse caso, a verificação das transações não seria mais papel de uma instituição central, um banco, mas distribuída por todos os usuários. Funciona como um livro-razão do qual todos possuem uma cópia.
Através de regras combinadas entre todos e utilizando técnicas de criptografia, os diversos usuários adicionam informações em blocos que se conectam. O blockchain proporciona uma maior segurança ao processo, já que os dados inseridos na cadeia se tornam imutáveis.
As informações ficam acessíveis para verificação, gerando transparência, possibilidade de rastreabilidade e maior confiança. Segurança, transparência, rastreabilidade e confiança são características muito importantes para as certificações.
Será que essa nova tecnologia pode ajudar a aproximar o consumidor de toda a cadeia e no acesso do pequeno produtor às certificações? Quais as limitações e os desafios para implementá-la?
A equipe com.fiar, da disciplina Formação Integrada para a Sustentabilidade, do FGVces, foi desafiada a investigar os possíveis usos de blockchain para certificações socioambientais que facilitem o acesso de pequenos negócios ao mercado. Acompanhe os resultados nesta edição da P22_ON.
Boa leitura!