O mundo vive um grande paradoxo. Nunca se produziu e cruzou tanta informação como agora – e o desenvolvimento do Big Data e da Inteligência Artificial nos avisa que este é só o começo. Mas desde o Iluminismo não se tem notícia de tanto questionamento ao conhecimento, enquanto governos populistas se elegem com base em falsidades, negação da ciência e ataques à imprensa livre. Não bastasse isso, a aceitação dos fatos nunca foi tão necessária para que o mundo lide com a crise climática e coloque a economia a serviço do bem comum, em uma biosfera segura.
É nesse contexto que abordamos o tema da transparência nesta edição, como parte de um debate que a Global Reporting Initiative (GRI) promove no Brasil, com apoio da Agência Sueca de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Asdi).
O País avançou em uma série de normas e práticas que induzem as empresas à prestação de contas de sua atuação, mas isso não se desdobra automaticamente em mais clareza sobre o desempenho das organizações nos âmbitos ambiental, social e de governança. É preciso que os diversos públicos de relacionamento (stakeholders) das corporações, tais como investidores, funcionários, consumidores e fornecedores, atuem de forma proativa para “elevar a régua”, ou seja, cobrar por uma evolução nesse sentido.
Enquanto as empresas e os bancos são pródigos em divulgar informações positivas sobre si mesmos, o que é louvável, faltam ainda informações mais abertas sobre os pontos desafiadores que precisam ser trabalhados. Espera-se que a pressão por maior transparência induza as organizações, de forma cada vez mais madura, a aperfeiçoar suas práticas. Até porque os sinais de que a sociedade e o ambiente passam por enormes crises são cada vez mais claros e evidentes.
Boa leitura!