Em tempos de eBay é possível imaginar leilão de qualquer coisa. Até mesmo de eficiência energética. É o que vem estudando a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Apresentado pela estatal durante seminário em dezembro, um dos modelos possíveis prevê que usuários que consigam economizar uma parcela da energia que adquirem, em um período pré-determinado, tenham o direito de vender o excedente em leilão.
Usados nos Estados Unidos entre 1987 e 1995, mecanismos como esses contaram com a participação de 35 concessionárias e geraram economia 480 megawatts (MW), segundo o físico e professor Howard Geller. Embora pequena diante da capacidade instalada no país, superior a 1 milhão de MW, a economia gerada representa metade da capacidade de uma usina nuclear americana.
A conservação de energia, incentivada pela possibilidade de negociação de excedentes em leilão, poderia reduzir a necessidade de construção de novas usinas. Mas ainda há barreiras técnicas a superar, entre elas a duração dos contratos a serem negociados nos leilões, prazos e preço. “A idéia do leilão é interessante, mas é algo muito mais complexo do que parece”, avalia Maurício Tolmasquim, presidente da EPE.