A nova geração de ambientalistas ganhou um recurso valioso para entender a história recente do movimento no Brasil: o Projeto Memória da Convenção da Diversidade Biológica e Protocolo de Cartagena e da Convenção sobre Mudança do Clima e Protocolo de Kyoto. São 47 extensas entrevistas sobre a vida e a ação na área ambiental de pessoas-chave na construção do movimento desde a famosa Rio 92.
Uma iniciativa do website BioClimático, em parceria com o Museu da Pessoa e o Fórum Paulista de Mudanças Climáticas e Biodiversidade, o projeto conta a história por meio de biografias. “É importante ter o sentido de que são as pessoas que fazem a história”, diz Fabio Feldmann, responsável pelo BioClimático e secretário executivo do fórum. A primeira entrevistada, por exemplo, foi Neca Marcovaldi, integrante de um grupo de oceanógrafos que, nos anos 80, decidiu mapear o litoral brasileiro e acabou fundando o Projeto Tamar, reconhecido internacionalmente.
Para os jovens de hoje, lembra Feldmann, iniciativas como a do Tamar existiram sempre. Por isso, é essencial mostrar como nasceram e quanto empenho individual foi necessário para que decolassem. “Nas entrevistas, dá para sentir um certo cansaço dessas pessoas”, conta. “Temos de ter a capacidade de abrir espaço para aqueles que vêm atrás de nós”. Para continuar trilhando essa estrada, o projeto pretende realizar mais 50 entrevistas em 2007 e publicar um livro-síntese.