Sociólogo formado pela USP, onde também fez o doutorado na área de trabalho e renda, André é uma das formiguinhas que fazem os cálculos e análises depois exibidos pelo presidente Lula em suas voltas pelo mundo. André trabalha na Diretoria de Políticas e Estudos Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do governo federal que dá suporte ao Executivo em várias áreas.
Ele vem de uma família de sociólogos e acabou seguindo a profissão dos pais. A seu ver, o principal embate hoje é o que se dá sobre a importância e o tamanho da política social no País. O investimento aproximado de 25% do PIB brasileiro com políticas sociais (educação, saúde, trabalho, esporte, desenvolvimento agrário, previdência e outros) divide muito as opiniões. Os que julgam o gasto excessivo argumentam que um país “pobre” como o Brasil não teria condições de garantir um Estado de Bem-Estar Social desse porte. Os favoráveis afirmam que só assim o País poderá superar a condição de nação em desenvolvimento.
Nos últimos anos, o gasto vem aumentando, diz André, especialmente no ano passado, como forma de arrefecer os efeitos da crise econômica. “Não foram exportações ou outra coisa que impediram a crise de chegar mais forte ao Brasil, e, sim, as políticas sociais que fortaleceram o mercado interno”, acredita.
Em que pese trabalhar para o governo, a André não escapam temas conflituosos, como a diferença salarial do poder público em relação ao privado, que chega a 57% a mais no primeiro caso. Ele publicou a respeito dessa temática, principalmente, a questão do trabalho e da regulação do mercado. Em www.ipea.gov.br há textos disponíveis para download gratuito e nas livrarias está um dos seus livros de destaque: Atlas da Exclusão Social, pela editora Cortez.
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