Histórias e ideias de quem lê Página 22
Se apenas os números explicassem a vida profissional, 1.200 inventários e 600 projetos depois, Francisco Maciel deixou a presidência da ONG que fundou em 2005, a Iniciativa Verde, para se dedicar ao desenvolvimento de negócios sustentáveis para o mundo corporativo e a sua música.
Conhecida por inovar no modelo de compensação de emissões por meio de restauro da floresta nativa, a Iniciativa Verde praticamente virou sinônimo de carbon free no Brasil. Nascida em uma sala de 35 metros quadrados em São Paulo e o entusiasmo de quatro sócios, a ONG desenvolveu o mecanismo voluntário de compensações com a garantia de que cada real colocado ali seria rastreado, chegando aonde deveria.
Este, acredita Francisco, foi o maior trunfo da Iniciativa, contribuindo para que a marca se tornasse tão difundida. Parcerias com o São Paulo Fashion Week e com o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore foram algumas das tacadas de Francisco à frente da organização, trazendo a floresta para a conversa das pessoas.
Mas, se tudo foi tão rápido e bemsucedido, por que deixar sua criação? “Existe um momento em que as coisas ganham independência, vida própria”, justifica o engenheiro elétrico de formação, especialista em mudanças climáticas, músico – como já mencionado – e professor de capoeira e aikido. “Sim, sou hiperativo”, ele se adianta.
Vida de executivo de dia. Rotina de músico à noite. Francisco levou anos nessa toada, mas também soube fazer os vínculos. Tocou na conferência da ONU em Montreal, em 2005, e levou na mala e na cabeça a recém-lançada ONG para o seu lançamento. Mais maduro e curtindo a primeira filha, de 11 meses, ele está ávido por novos projetos, que já começaram a surgir. A premissa será a mesma que o levou a fundar a Iniciativa Verde e a cantar: coisas em que acredita e que fazem renovar os votos consigo mesmo.
Para se comunicar com Francisco Maciel, escreva para franciscotgi@gmail.com