Por Amália Safatle
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Nem Dom Quixote imaginaria essa situação. O grupo espanhol Elecnor, por meio da empresa brasileira Ventos do Sul, tem planos e recursos – R$ 800 milhões – e até licença ambiental para transformar os Parques Eólicos de Osório, no Rio Grande do Sul, no maior do mundo, mas os investimentos estão parados à espera da definição de uma política para energia eólica por parte do governo brasileiro. Quando concluído, o parque terá 300 MW, capaz de abastecer cerca de 1,3 milhão de residências por ano. Hoje a capacidade instalada é de 150 MW, contratada na primeira fase do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa), que termina este ano – e garante a aquisição da energia pela Eletrobrás durante 20 anos.
Para que a duplicação seja possível, Telmo Magadan, presidente da Ventos do Sul, reivindica que seja dada continuidade ao Proinfa, ou realizados leilões de energia específicos para fornecedores de energia eólica, uma vez que o preço (R$ 225 o megawatt/hora) ainda é mais alto que o da energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas e de biomassa e bem superior ao de R$ 132 da tarifa de mercado, embora este suba sempre que o nível dos reservatórios das hidrelétricas cai. “O mercado internacional de energia eólica está muito aquecido e o Brasil poderá perder oportunidades e excelentes investidores se não for ágil na formulação de uma política eficiente para o setor”, diz.
Questionado pela reportagem, o Ministério de Minas e Energia respondeu, por meio de sua assessoria de comunicação, que não é prevista uma segunda fase do Proinfa para eólica dentro dos moldes da primeira, mas não entrou em detalhes. E que também não estão previstos leilões específicos.
Com energia contratada na primeira fase do Proinfa, a empresa australiana de energia eólica Pacific Hydro comemorou em meados de abril a inauguração da usina Millenium, na Paraíba, com 10,2 MW de capacidade e investimentos de R$ 49,2 milhões. Trata-se da primeira usina fora da Austrália. E por que o Brasil foi escolhido? “Porque é um mercado grande, tem bons ventos e boa situação jurídica”, diz o diretor-geral da empresa Mike Argar. Ele está confi ante de que o governo vai apoiar a expansão dessa matriz.
Por Amália Safatle
Nem Dom Quixote imaginaria essa situação. O grupo espanhol Elecnor, por meio da empresa brasileira Ventos do Sul, tem planos e recursos – R$ 800 milhões – e até licença ambiental para transformar os Parques Eólicos de Osório, no Rio Grande do Sul, no maior do mundo, mas os investimentos estão parados à espera da definição de uma política para energia eólica por parte do governo brasileiro. Quando concluído, o parque terá 300 MW, capaz de abastecer cerca de 1,3 milhão de residências por ano. Hoje a capacidade instalada é de 150 MW, contratada na primeira fase do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa), que termina este ano – e garante a aquisição da energia pela Eletrobrás durante 20 anos.
Para que a duplicação seja possível, Telmo Magadan, presidente da Ventos do Sul, reivindica que seja dada continuidade ao Proinfa, ou realizados leilões de energia específicos para fornecedores de energia eólica, uma vez que o preço (R$ 225 o megawatt/hora) ainda é mais alto que o da energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas e de biomassa e bem superior ao de R$ 132 da tarifa de mercado, embora este suba sempre que o nível dos reservatórios das hidrelétricas cai. “O mercado internacional de energia eólica está muito aquecido e o Brasil poderá perder oportunidades e excelentes investidores se não for ágil na formulação de uma política eficiente para o setor”, diz.
Questionado pela reportagem, o Ministério de Minas e Energia respondeu, por meio de sua assessoria de comunicação, que não é prevista uma segunda fase do Proinfa para eólica dentro dos moldes da primeira, mas não entrou em detalhes. E que também não estão previstos leilões específicos.
Com energia contratada na primeira fase do Proinfa, a empresa australiana de energia eólica Pacific Hydro comemorou em meados de abril a inauguração da usina Millenium, na Paraíba, com 10,2 MW de capacidade e investimentos de R$ 49,2 milhões. Trata-se da primeira usina fora da Austrália. E por que o Brasil foi escolhido? “Porque é um mercado grande, tem bons ventos e boa situação jurídica”, diz o diretor-geral da empresa Mike Argar. Ele está confi ante de que o governo vai apoiar a expansão dessa matriz.