Autor: Bruno Toledo

Por Amália Safatle Quando Emília se pôs a escrever a autobiografi a, disse que não escreveria, mas “mentiria” suas memórias.  Pois quem escreve sobre si mesmo tem um pé de enganação, escreveu Monteiro Lobato, em Memórias da Emília.  O próprio Lobato, que agora completaria 125 anos, escaparia dessa armadilha.  Sua biógrafa, a jornalista e historiadora Marcia Camargos, prepara mais um lançamento sobre a vida do escritor, desta vez com base em depoimentos e “causos” contados pela neta Joyce, que o chamava carinhosamente de Juca. Em Juca e Joyce, obra a ser lançada em 19 de abril, em São Paulo, pela…

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Por Flavia Pardini Apesar do sucesso do Protocolo de Montreal, os esforços para conter o buraco na camada de ozônio e o aquecimento global podem ser postos a perder — graças ao aumento da renda e um boom na demanda por ar condicionado em países em desenvolvimento.  Ali, os aparelhos usam substâncias refrigerantes banidas na Europa e que o serão em breve nos EUA. A principal é o HCFC-22 (hidroclorofl uorcarbono), cujo uso em países desenvolvidos deve ser descontinuado, segundo o protocolo, até 2020.  Mas as nações em desenvolvimento podem usar até 2040.  Embora menos danoso à camada de ozônio…

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Por Flavia Pardini Vinte anos depois de sua assinatura — e 18 após entrar em vigor — o Protocolo de Montreal tem o que comemorar.  Além de contribuir para a queda das emissões mundiais de clorofl uorcarbono (CFC), ajudou a conter o aquecimento global.  Bem mais do que seu “primo rico”, o Protocolo de Kyoto. A redução das emissões de CFCs desde 1987 removeu da atmosfera o equivalente a 11 bilhões de toneladas métricas (1.000 quilos) de CO2, ou 0,55 bilhão de tonelada por ano, revela um estudo coordenado por Guus Velders, da Agência de Avaliação Ambiental da Holanda. Para…

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Por Flavia Pardini Na investigação sobre as águas subterrâneas da região metropolitana, o pesquisador Ricardo Hirata tentou responder uma pergunta que ronda a comunidade científica: quanto de água a Bacia do Alto Tietê pode dar?  No caso das águas subterrâneas, com a perfuração estimada de cerca de 500 poços por ano — e um total aproximado de 10 mil poços em operação atualmente —, a questão é: até quando haverá água suficiente no subsolo? A pesquisa revelou que o nível da água se mantém, apesar da exploração via poços, dos quais se estima que 70% não tenham recebido outorga do…

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Por Flavia Pardini Nem só de mananciais vive o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo.  “Somos reféns da água subterrânea”, lembra Ricardo Hirata, pesquisador do Instituto de Geociências da USP.  Segundo ele, no ano 2000, além dos 64 mil litros por segundo oriundos de corpos d’água superficiais, a cidade consumia 8 mil litros por segundo retirados do subsolo por poços artesianos.  “É uma quantidade que faz falta.” Tanto a premissa é verdadeira que, de acordo com Hirata, as águas subterrâneas tornaram-se um ponto prioritário na revisão do Plano da Bacia do Alto Tietê, em curso atualmente.  A razão pela…

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Por Flavia Pardini O apoio do Oásis aos donos de terras em área de manancial será em espécie.  O valor máximo previsto para pagamento aos proprietários é de R$ 2 mil por hectare pelo período de cinco anos — ou R$ 400 por hectare/ano. “Alguns proprietários se interessam apenas pelo aspecto financeiro”, diz João Guimarães.  Isso porque, devido à legislação que protege os mananciais, os usos econômicos da terra são restritos.  Além disso, por lei, é proibido o corte da vegetação em áreas em que a Mata Atlântica se regenera para além da capoeira. A ameaça aos serviços ambientais prestados…

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Por Flavia Pardini Está prevista para maio a assinatura dos primeiros contratos para que proprietários de áreas conservadas em mananciais na Região Metropolitana de São Paulo sejam remunerados e, portanto, incentivados a mantê- las neste estado.  Será o primeiro resultado concreto do Projeto Oásis, um programa de pagamento por serviços ambientais lançado pela Fundação O Boticário no ano passado e que recebeu doação de US$ 400 mil da Fundação Mitsubishi. O projeto abrange a Bacia do Guarapiranga e as Áreas de Proteção Ambiental Capivari-Monos e Bororé-Colônia, que, embora próximas à metrópole, ainda contam com cerca de 40 mil hectares cobertos…

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Por André Carvalho Em tempos de louvação ao livre-comércio, parece não haver alternativa aos países não desenvolvidos que não a de ecoar, em uníssono, o refrão da liberalização comercial como única esperança de desenvolvimento de suas economias, em um quadro internacional em que predominam as cores da integração global de cadeias produtivas e de mercados financeiros. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a expansão do comércio internacional é inegável: de acordo com a Organização Mundial de Comércio (OMC), entre o início da década de 1950 e o ano de 2005, as exportações mundiais de mercadorias cresceram cerca de 120…

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Por Guilherme Wisnik O Hotel JS não tem sequer uma pequena marquise, uma proteçãozinha que seja da fornalha lá de fora.  Seis da manhã, e o corredor dos quartos se abre sem transição para o sol, para a poeira vermelha em suspensão, o horizonte infi nito que é a própria Avenida Getulio Vargas, feita de terra batida, sem calçada ou meio-fi o, e uma vala funda dividindo as pistas.  Ninguém passa a essa hora, mas a poeira não baixa, e entra pela porta aberta.  Estamos na Chapada Gaúcha, sertão de Minas, próximo à divisa com Goiás e a Bahia, e…

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Por Estevão Monti Riobaldo, narrador de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, optou pelo pacto com o Diabo para vencer o inimigo Hermógenes.  Enquanto isso, Juscelino Kubitschek fechou um “pacto de modernidade” com a tecnologia e o capital internacional, mas reduziu a cultura sertaneja a nada.  Em seu livro de memórias Por Que Construí Brasília, encontramos: “O único testemunho da passagem do homem por ali era um pardieiro, pretensiosamente denominado Fazenda do Gama”.  Na verdade, JK se referia a uma típica propriedade sertaneja. Já a visão dos sertanejos é menos reducionista.  Sobre a nova capital, “seu” Rosa, vaqueiro e…

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