Metas climáticas, cobrança de investidores e estratégias ESG engajam empresas na restauração florestal, mas são necessários critérios científicos e monitoramento para que as ações tenham resultados Por trás de caixas e outras embalagens no boom do delivery em tempos de Covid-19, do carro que você aluga para escapar de aglomerações, do chocolate, perfume ou café preferidos, e até da conta de energia nas alturas com bandeira vermelha devido aos reservatórios vazios, existe um desafio nem sempre fácil de ser percebido: o da restauração florestal. Da indústria de papel à produção de alimentos e geração de energia, buscar o desmatamento zero…
Autor: Sergio Adeodato
O glamour em torno da espécie amazônica, manejada de forma sustentável, não tem proporcionado o necessário retorno de renda e qualidade de vida às populações ribeirinhas. Organizações atuam para mudar a lógica exploratória e diferenciar o peixe no mercado a partir de uma relação justa com quem promove a conservação dos territórios Arte: Chermie Ferreira Explorado até a beira da extinção, o pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo, recuperou-se na natureza e hoje valoriza cardápios de chefs de cozinha e grifes da indústria da moda. Mas o glamour em torno da espécie amazônica, manejada de maneira…
O desenvolvimento de alimentos com proteínas alternativas estimula o desenvolvimento local na Amazônia e políticas que mantenham a floresta viva. Mas é preciso conectar produção com consumo e fazer com que a maior parte da renda permaneça na região Arte: Chermie Ferreira Tenébrio e Spirulina formam um par perfeito, mas não fizeram parte do bando de Lampião e Maria Bonita. Ele está longe de ser tenebroso e assustador, como o nome pode indicar; e ela é ícone do corpo atlético e bem cuidado. Um é inseto, mais especificamente um besouro. A outra, uma microalga, com características similares às primeiras formas de…
Populações tradicionais – municiadas pela internet e parcerias de gestão – vencem distâncias e se aproximam de grandes compradores e investidores, seguindo a lógica do comércio justo e da certificação de origem dos produtos Arte: Kambô Para além do sabor e qualidade, o tripé “educação, organização social e conservação da biodiversidade” é o segredo por trás do açaí da Amazonbai, cooperativa que reúne comunidades agroextrativistas do Arquipélago de Bailique, na foz do Rio Amazonas, Amapá, na disputa do aquecido mercado global em torno da mais nova commodity da floresta. Destaque no Fórum de Inovação em Investimento na Bioeconomia Amazônica (F2iBAM),…
O atual processo de transformação digital tem permitido o desenvolvimento de plataformas que resolvem problemas de logística e fluxo entre a floresta e as indústrias, mas ainda há lacunas no financiamento. A boa notícia é que a ONU estima investimento anual da ordem de US$ 1,6 trilhão a US$ 3,8 trilhões até 2050 na transição para o baixo carbono, o que deverá gerar grandes oportunidades de negócios ao setor privado Ilustração: Kambô Quando o assunto é bioeconomia amazônica, a necessidade de inovar vai além de tecnologias e conhecimento científico para viabilizar produtos baseados na natureza. Sair da caixinha é um…
O grande desafio é buscar a integração entre as diferentes escalas de bioeconomia – a tradicional, a florestal e a de commodities, na visão de debatedores que abriram o Fórum de Inovação em Investimentos na Bioeconomia Amazônica (F2iBAM) Conservação da floresta, desenvolvimento capaz de reduzir desigualdades sociais, ciência e tecnologia com formação de profissionais na região e diversidade de gênero, geracional e étnica são os princípios básicos que devem direcionar os rumos da bioeconomia na Amazônia. O panorama foi apresentado nesta segunda-feira, dia 14, pela economista Tatiana Schor, secretária executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas, na…
Em um mundo que necessita reduzir riscos de novas pandemias, é preciso aumentar, recuperar e manter habitats naturais. Ao mesmo tempo, a restauração florestal transforma-se em vetor de desenvolvimento, com inclusão social e ganhos ambientais. A restauração de áreas degradadas abre frentes para a retomada da economia. A seguir, conheça algumas iniciativas, nesta terceira reportagem da série em parceria com a TNC De um lado uma empresa de limpeza urbana, a Ecourbis, precisa expandir um aterro sanitário da Zona Leste de São Paulo para dar conta do lixo da capital, desmatando o entorno, com obrigação de compensar o impacto por…
[Imagem: tela do artista Moacir Cardoso retrata o cotidiano no manguezal] Ao restaurar áreas degradadas, projeto resgata identidade cultural na maior faixa contínua de manguezais do mundo “É só uma cabeça equilibrada em cima do corpo/ Escutando o som das vitrolas, que vem dos mocambos/ Entulhados à beira do Capibaribe, na quarta pior cidade do mundo/ Recife, cidade do mangue, incrustada na lama dos manguezais/ Onde estão os homens-caranguejos/ Minha corda costuma sair de andada, no meio da rua, em cima das pontes/ É só uma cabeça equilibrada em cima do corpo/ Procurando antenar boas vibrações/ Preocupando antenar boa diversão”…
Restaurados com apoio do conhecimento tradicional e da ciência, manguezais amazônicos vão revelar o potencial de contribuir para a mitigação climática. O objetivo é do projeto Mangues da Amazônia. Além de estocar carbono, esses ecossistemas funcionam como berço da biodiversidade marinha e protegem contra o avanço do nível do mar e desastres ambientais costeiros É comum apontar a Amazônia como uma terra de superlativos. Tudo é grande: as distâncias do território, o tamanho dos rios, a altura das árvores e a extensão da floresta, a maior nas zonas tropicais do planeta. É grande, também, a diversidade. Ao contrário do que…
A agenda da água puxa o aumento da escala da restauração florestal, reforçada pela urgência da mitigação climática. Iniciativas pioneiras, como a de Extrema (MG), são replicadas com apoio de políticas públicas e capital privado Quando comprou a terra em busca de uma vida mais tranquila longe da capital, na década de 1980, o funcionário público paulistano Rubens Carbone olhava para a destruição ao redor e já previa a necessidade de recuperar a beira do rio desmatada para pastagem, em Extrema (MG). O que ele não sabia era que, quatro décadas depois, substituiria vacas por árvores em troca de dinheiro.…