Conectar ciência e tecnologia, produção comunitária dos territórios e infraestrutura industrial demanda inteligência em novos modelos de governança para que bionegócios ganhem escala e prosperem na floresta. São crescentes as iniciativas de biohubs, clusters e outras formas de agrupamento do setor, analisadas por estudo inédito do Idesam como subsídio a políticas e investimentos na Amazônia, sob as luzes da COP 30 do clima em Belém.
Distribuição da inovação na Amazônia
Mapeamento da Rede RHISA identificou 405 estruturas relacionadas a CT&I na Amazônia Legal, incluindo instituições de ensino superior públicas e privadas, fundações de apoio, ambientes de inovação e outros espaços de desenvolvimento de pesquisa e tecnologia. As estruturas estão distribuídas por 160 municípios, com cerca de 38% delas localizadas em capitais. Pará e Amazonas, juntos, concentram 43% das estruturas na região amazônica. No contexto da bioeconomia, o subsistema de CT&I produz conhecimento científico e oferece tecnologias, modelagem de negócios e soluções para as cadeias produtivas.
Fonte: PROVALOR – Redes de Valor na Amazônia e Rede RHISA (Elaborado por Pedro H. Mariosa, Ciderjânio F. S. Costa, Juvan R. Nogueira e Xedreque V. Mauácua)
Fonte: PROVALOR – Redes de Valor na Amazônia e Rede RHISA (Elaborado por Pedro H. Mariosa, Ciderjânio F. S. Costa, Juvan R. Nogueira e Xedreque V. Mauácua)
Negócios comunitários: base da bioeconomia
Fonte: Desafio Conexsus
“O desafio para o desenvolvimento da Amazônia é conceber e implementar um modelo que utilize o patrimônio natural sem destruí-lo, atribuindo valor econômico à floresta, de forma que ela possa competir com as commodities. A ciência, a tecnologia e a inovação são fundamentais para implementação desse novo modelo, contribuindo para organizar a base produtiva regional e gerar riqueza e trabalho (...) Por isso a ideia de uma revolução científico-tecnológica que utilize a biodiversidade e pense na agregação de valor no âmago da floresta, com inclusão social, possibilitando a formação de cadeias produtivas desde as populações tradicionais até os centros de biotecnologia”
Geógrafa Bertha Becker (1930-2013)
Números em destaque
Cases
Bionegócios comunitários
Após identificar 140 atores da bioeconomia de diferentes perfis na Amazônia Legal, o estudo destacou casos de referência que ilustram os níveis de conexão com ambientes de inovação, territórios e bioindústrias para acesso a mercados. No caso dos bionegócios comunitários, a ênfase principal é a criação de valor a partir de produtos da sociobiodiversidade e do agroextrativismo como elos iniciais das cadeias produtivas.
Inovação tecnológica
O processo de coprodução da inovação, por ser considerado um esforço coletivo, tem como base o desenvolvimento de parcerias de colaboração entre múltiplos e diversos atores, a fim de compatibilizar suas capacidades inovativas e, consequentemente, gerar mais valor. A produção do conhecimento está concentrada em nos grandes centros e cidades-polo dos estados, abrangendo universidades, institutos de ciência e tecnológia, parques, aceleradoras e outros modelos. O papel de programas de governo é central no fomento dessas interações.
Redes de redes
As metaorganizações têm a função de integrar os subsistemas da bioeconomia amazônica, conectando e articulando seus principais atores. As “redes de redes” se estabelecem em torno de agendas comuns ligadas ao desenvolvimento inclusivo a partir do fortalecimento de cadeias de produtos da sociobiodiversidade. O modelo tem condições de prover soluções inovadoras mais robustas e condizentes com a complexidade dos desafios.